Avessa ao glamour

Miriam Freeland gosta mesmo é de atuar. Sempre que vai interpretar um novo personagem, faz dele a coisa mais importante de sua vida. Ou seja: investe todo seu tempo em decorar textos e estudar a fundo cada papel que representa. Talvez por se dedicar tanto, a atriz de 27 anos se diz avessa a toda a fama que envolve a carreira artística. "Não ligo para o glamour. Tenho um relacionamento muito sério com a profissão", enfatiza. Em Bicho do Mato, novela que estréia no próximo dia 17, na Record, Miriam vai interpretar a primeira vilã de sua carreira. Ela será a advogada Ruth, responsável por atormentar a vida da mocinha Cecília, vivida por Renata Dominguez. Invejosa e com um comportamento que varia de acordo com os interesses do momento, Ruth é a perfeita antagonista da história. "A Cecília é tudo o que a Ruth gostaria de ser", afirma, tentando definir sua personagem.

Para a atriz, o novo trabalho também é a oportunidade de incorporar o primeiro grande personagem contemporâneo da carreira. Apesar dos 12 anos de tevê, os papéis de mais destaque que Miriam representou foram em novelas de época. Foi assim na sua estréia na Record, quando viveu Mila, de Essas Mulheres e também o que aconteceu nas três tramas globais que fez: a minissérie Um Só Coração, em que interpretou a escritora e ativista política Patrícia Pagu; a novela Esperança, em que foi a fina e requintada Beatriz e a bem-sucedida O Cravo e A Rosa, novela que a popularizou como Candoca. "É incrível como na rua sou Candoca até hoje. Mesmo em Portugal sou conhecida como Candoca", fala espantada.

Consciente de toda essa visibilidade que conquistou na Globo, Miriam deixa claro que o importante para ela não é apenas o sucesso, mas as boas oportunidades. "Quero mesmo é trabalhar e fazer personagens interessantes", resume. A atriz não se deixa dominar pelas vaidades que dominam o meio artístico e diz que o mais importante é exercer bem a profissão que ama. "Não quero ser celebridade. Quero é ter uma vida normal, ganhar meu dinheiro e ir ao supermercado", imagina.

Quando ainda gravava Essas Mulheres, a atriz chegou a ter seu nome incluído no elenco de Cidadão Brasileiro. Depois de muita conversa entre a emissora e o autor Lauro César Muniz, que desejava ver Miriam em sua trama, a empresa optou por poupá-la para Bicho do Mato. Embora não tenha influenciado diretamente essa decisão, a atriz ficou aliviada por não precisar gravar em São Paulo o que a forçaria a ficar longe da família, que mora no Rio. "Mas senti não ter ido por saber que o Lauro César Muniz me queria na novela", pondera.

Miriam, decididamente, está otimista em relação a Bicho do Mato. Tanto que nem mesmo o fato de o elenco contar com muitos atores novatos desencoraja a atriz. Ela argumenta que nem sempre grandes nomes garantem o sucesso de um projeto e usa como exemplo sua passagem pela Band, onde gravou a primeira novela de sua carreira, O Campeão, em 1996. "O trabalho foi maravilhoso e contava com atores como Marília Pêra e Paulo Goulart. Nem por isso, a novela vingou", alfineta.

A verdade é que o crescimento da Record na teledramaturgia é algo que Miriam só consegue ver com bons olhos, já que é mais uma porta que se abre para os profissionais. "Quando vim para a Record, a Globo não tinha preocupação em segurar os atores. Agora o pessoal está segurando daqui e eles de lá. Isso é ótimo para nós", empolga-se.

De passo em passo

Foi ainda na infância, quando fazia aulas de balé e de expressão corporal, que Miriam Freeland começou a pensar em seguir a carreira de atriz. Com apenas dez anos, afirmou sem sombra de dúvidas para a mãe que era essa a profissão que queria exercer. Das sapatilhas de ponta, Miriam foi para o Tablado, tradicional escola de teatro do Rio de Janeiro. "A partir daí minha vida se resume a testes e mais testes", resume. E o fato é que, mesmo depois que passou a fazer televisão, os vínculos com os palcos jamais foram cortados. "Sou discípula do Tablado e jamais deixarei de fazer teatro", confirma.

Ao ganhar bons personagens, a atriz foi construindo sua carreira televisiva pacientemente. O reconhecimento de público e crítica, afinal, só veio depois de sete anos de carreira, com a Candoca de O Cravo e a Rosa, da Globo, em 2000. Antes disso, seus trabalhos se limitaram a gravações de episódios do programa Você Decide, da Globo, à novelinha liderada por Angélica – Caça Talentos – e a duas tramas sem repercussão levadas ao ar pela Band. Respeito pela atividade que exerce e fazer uma coisa de cada vez, aliás, são os itens que Miriam Freeland considera importantes para o sucesso. "Na minha vida tudo aconteceu gradualmente. Dei um passo de cada vez e tudo foi acontecendo na hora certa", define.

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