Avenida Brasil monopoliza as atenções do público

Avenida Brasil monopoliza as atenções. A novela da Globo é assunto no bar, na escola, no trabalho e dita a programação da maioria dos brasileiros. Quase metade dos televisores ligados estavam na novela quando Tufão (Murilo Benício) descobriu a verdade sobre Carminha (Adriana Esteves), na semana passada. Número semelhante ao do capítulo de ontem, com a morte de Nilo (José de Abreu).

A atriz Fernanda Montenegro disse no início da semana ao O Estado de São Paulo que o País passa por uma renovação na dramaturgia nacional. “João Emanuel está fazendo uma revolução na dramaturgia para TV. Ele eliminou o nhenhenhém. Só momentos fortes, o que não interessa foi pro lixo. Isso tem possibilitado aos atores um trabalho extraordinário”, argumenta.

Na emissora, não se fala em outra coisa que não seja o tão esperado fim do suspense “quem matou Max”. A revelação será na sexta. E as cenas estão protegidíssimas. Até os atores foram proibidos de entrar nos estúdios em determinados momentos para que a trama não vaze. Cogita-se que há sete finais diferentes.

PT ligado na Carminha

O efeito Avenida Brasil alterou a agenda do PT e da presidente Dilma. Um comício do candidato à prefeitura paulista, Fernando Haddad, com a participação dela foi adiado para sábadio por conta do final da novela. Com a mudança, toda a agenda do final de semana precisou ser alterada pelos petistas. Dilma vai para a Bahia e sabe que só pode falar no comício do candidato Nelson Pelegrino até o início da novela. A organização da campanha do candidato petista à prefeitura de Salvador instalará um telão para exibir o último capítulo. Para evitar o esvaziamento do encontro, os organizadores se programaram para encerrar o evento às 20h30 e, computado um possível atraso, estarem apostos para exibir o “desfecho de Carminha” às 21h30.

Para o analista político Wilson Gomes, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a questão é puramente pragmática. “São poucos dias até a votação e a conciliação de agendas está muito difícil. O melhor jeito de enfrentar uma situação dessas é não concorrer com ela. Não acho que é populismo, é realismo”, concluiu.

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