Ontem, completou 25 anos que o Brasil perdeu o seu mais querido poetinha, como o chamavam carinhosamente os amigos: Vinícius de Moraes. Foi numa manhã do dia 9 de julho de 1980, em sua casa no Rio de Janeiro ao lado de sua última mulher e do parceiro Toquinho, que Vinícius, aos 80 anos, deixou todo País órfão do poeta que soube como poucos expressar o amor.
E o amor, que era tema constante de suas músicas e poesias, era vivido sempre intensamente. Seus biógrafos dizem que, oficialmente, o poeta teve nove mulheres. Uma vez, Tom Jobim teria perguntado a Vinícius por quantas vezes ele iria se casar. Vinícius teria respondido: ?Quantas forem necessárias.??
A primeira vez que os curitibanos puderam prestigiar um show de Vinícius de Moraes foi em 1971. Vinícius veio para inaugurar o Teatro do Paiol e se apresentou de 27 a 30 de dezembro daquela ano, com show ?Encontro??, acompanhado de Toquinho, Marília Medalha e pelo Trio Mocotó.
Para esta ocasião, Vinícius compôs especialmente uma música: Paiol de Pólvora. Hoje, 25 anos depois, registros sobre a passagem de Vinícius pelo Paiol são escassos. No teatro, ninguém sabe informar detalhes, não há acervo fotográfico nem registro sonoro da apresentação. A ilustre inauguração e o registro dela limitam-se a uma foto no hall de entrada do teatro, segundo a administração do mesmo.
Mas esta não foi a única apresentação do artista no Paiol. Em 1973 ele voltou com Clara Nunes e Toquinho para mais uma apresentação. Também, os registros são escassos. Na Casa da Memória é possível encontrar algumas fotos registrando as passagens de Vinícius por Curitiba.
A importância do poeta para a literatura nacional é incalculável. Pertencente à segunda geração do modernismo, é um dos poetas mais populares da literatura brasileira. Suas composições falavam de amor e conquistavam inúmeros admiradores. Tanto é que uma delas, Garota de Ipanema, tornou-se o cartão postal musical do Brasil no exterior e é a música brasileira mais executada no mundo.
Vinícius também foi peça importante no movimento da bosa-nova. Em 1957 ele iniciou parceria com Tom Jobim, que fez as músicas para sua peça Orfeu da Conceição. No ano seguinte foi lançado o disco Canção do Amor Demais, que inclui a música Chega de saudade, composta por ele e Tom Jobim, marco do movimento da bossa- nova.
E elencar todas as preciosidades e obras-primas de Vinícius é tarefa árdua e ingrata. Qualquer coisa que se diga ou escreva não consegue expressar a grandiosidade da obra do poeta que deixou muita saudade.