‘Augusto Matraga’ leva prêmio de ficção no festival do Rio

Indiscutível e soberana, Camila Pitanga foi eleita a melhor atriz na Première Brasil do Festival do Rio 2011, encerrado terça à noite no Cine Odeon BR por “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca. Camila emocionou-se e agradeceu ao pai, o grande Antônio Pitanga. “Obrigado por me haver apresentado à família do cinema antes mesmo que eu nascesse.” Foi aplaudidíssima.

Pela primeira vez na história do festival, nas duas categorias, ficção e documentário, os mesmos filmes venceram os prêmios do júri oficial e do público. “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de Vinicius Coimbra, foi a melhor ficção, e “As Canções”, de Eduardo Coutinho, o melhor documentário.

O longa que Coimbra adaptou do conto de João Guimarães Rosa (em “Sagarana”) – e o diretor é o primeiro a lembrar que a versão de Roberto Santos, dos anos 1960, é muito forte, muito bonita – também ganhou os prêmios de melhor ator (João Miguel) e melhor ator coadjuvante (José Wilker), mais uma menção para Chico Anísio. Chico foi levado ao palco de cadeira de roda e tudo. “Pelo amor de Deus, não vão embora, não me abandonem aqui em cima”, pediu no desfecho da cerimônia. O Odeon veio abaixo.

“Sudoeste”, de Eduardo Nunes, ganhou o prêmio da crítica (Fipresci, Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica), o prêmio especial do júri e Mauro Pinheiro Jr. Dividiu com Petrus Cariry, de “Mãe e Filha”, o prêmio de fotografia. Lázaro Ramos teria sido outra boa escolha para melhor ator, por “Amanhã Nunca Mais”, de Tadeu Jungle. Ele teve a melhor performance no palco. Lázaro recebeu, por Maria Luiza Mendonça, o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Ele a chamou pelo celular, comunicou a escolha, mas Maria Luiza pensou que fosse brincadeira. Convencida, ela agradeceu pelo viva-voz.

Principal vitrine do cinema brasileiro, a Première Brasil começou morna, antes de se aprumar mais perto do final. Privilegiando o cinema pequeno, de autor e de investigação de linguagem, a seção terminou mostrando, com a vitória de “Matraga”, que há uma terceira via para o cinema, entre o blockbuster e o filme miúra. Foi o que destacou o próprio Coimbra. Mas o campeão da noite não emplacou o Redentor de direção. O júri preferiu premiar Karin Aïnouz, por “Abismo Prateado”. O melhor curta foi o catarinense “Qual Queijo Você Quer?”, de Cíntia Domit Bittar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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