Bastou ouvir as primeiras notas de Fascinação para que o júri tivesse seu veredicto: aquela baiana de olhos claros e sorriso aberto era perfeita para o papel principal de um dos mais esperados espetáculos da próxima temporada: Elis – A Musical, que deve estrear em março, no Rio, sobre uma das maiores cantoras do Brasil.
“Quando essa moça começou a cantar, todos ficamos arrepiados”, lembra-se o diretor Dennis Carvalho, que vai comandar o projeto, estreando como encenador de um musical. Ao seu lado, entre outros, estavam o crítico e escritor Nelson Motta, autor do texto escrito em parceria com Patrícia Andrade, uma das principais roteiristas da produção nacional, e também a produtora Aniela Jordan, sócia da Aventura Entretenimento, empresa que vem apostando na criação de musicais brasileiros.
Todos ficaram encantados com Laila Garrin, a atriz filha de mãe baiana e pai francês (daí o sobrenome ler-se ‘garrã’) que, como várias outras, passou por uma série de exigentes audições (“A mais demorada já organizada pela Aventura”, atesta Aniela) até ser escolhida para viver um mito da MPB. Elis – A Musical pretende mostrar não apenas a coleção de sucessos lançados pela cantora morta em 1982, pouco antes de completar 37 anos, mas também a vida da mulher que amou intensamente, deixando rastros profundos na trajetória daqueles com quem conviveu.
“Fui seu amigo nos dois últimos anos de sua vida, falávamos por telefone uma vez por semana, e Elis é o que hoje chamaríamos de uma pessoa ciclotímica, ou seja, dona de um humor que variava com muita intensidade”, comenta Dennis Carvalho, que desenhou para seu grupo criativo a linha de trabalho que pretende seguir ao exibir, em sua casa, o trecho de um programa gravado pela TV Globo em 1980: Elis chega às lágrimas ao cantar Atrás da Porta (Chico Buarque), reflexo da crise conjugal que passava com Cesar Camargo Mariano. ” É emocionante.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.