Fã de carteirinha, Leandro Hassum realizou o sonho de filmar com Jerry Lewis na comédia Até Que a Sorte nos Separe 2. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele fala de sua admiração pelo comediante.
Jerry fazia sucesso de público, mas não de crítica. Como vê a passagem do artista popular para o autor?
Essa vontade me parece especial nos comediantes, sempre visando uma maior liberdade de criação e no resultado final.Considero o filme que marcou esta transição, O Mensageiro Trapalhão, o melhor da carreira dele. Tanto que resolvemos homenagear o personagem do Bellboy em Até que a Sorte Nos Separe 2. A história de que ele criou o sistema de vídeo auxiliar durante as filmagens é genial. Como Bellboy, é um gênio do humor. Chico Anysio e ele são as referências que carrego na minha vida profissional.
Uma das marcas de Jerry é o gosto dele para se multiplicar em vários personagens/máscaras. Fale do Jerry ‘ator’.
A capacidade dele de fazer este tipo de comédia baseada na expressão corporal é tão brilhante quanto foram no passado Chaplin, Buster Keaton e hoje, Jim Carrey, Will Farrel. Sempre procurei estudar como contam a piada, às vezes utilizando somente o corpo. Ou uma expressão do rosto, sem precisar dizer nada. E no caso do Jerry Lewis, ele conseguiu casar perfeitamente habilidade corporal com uma forma única de contar uma piada. Tive a oportunidade de ter sido ‘dirigido’ por ele numa das cenas do Até que a Sorte Nos Separe 2. Durante o ensaio, ele deu várias sugestões e foi muito preciso na forma de contar aquela piada do jeito mais simples possível.
Como foi filmar com Jerry em Las Vegas? Ele tem fama de difícil. É verdade?
Fiquei tão nervoso no dia da gravação que a ficha só caiu no dia seguinte. Ele foi bem tranquilo e simpático com todos. E apesar das limitações da idade e dos problemas crônicos da coluna, depois de tantos anos de abuso físico, estava bem disposto gravando.