Morreu neste domingo, 24, em Londres, aos 90 anos, o ator e diretor inglês Richard Attenborough, que ganhou o Oscar por seu papel em O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1993) e pela direção do épico Ghandi. Ele estava internado numa casa de repouso e vivia em cadeira de rodas desde que sofreu um AVC, em 2008. Depois de vender sua coleção de arte, Attenborough e sua mulher foram morar nessa casa para idosos, em Londres. Patrono de diversas organizações assistenciais, como a United World Colleges, que promovia o intercâmbio educacional, ele fundou um centro de aprendizado criativo em memória de sua filha Jane Holland, que morreu no tsnunami que assolou a Tailândia há dez anos.

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Nascido em Cambridge, em 29 de agosto de 1923, ele era o filho mais velho de Frederik Attenbourough, ex-reitor da University College de Leicester. O ator e cineasta começou sua carreira aos 19 anos, ao interpretar um marinheiro desertor no filme In Which We Serve, mas a fama chegou com Brighton Rock (1947), baseado no livro de Graham Greene, em que fez o papel de um jovem bandido psicopata.

Após servir na Força Aérea inglesa durante a 2ª Guerra, ele se dedicaria ao cinema nos 30 anos seguintes, em filmes como I’m All Right Jack (1959), e no teatro, sendo sua atuação mais popular na peça A Ratoeira, de Agatha Christie( que fez aos 18 anos). Sua estreia em Hollywood aconteceu com Fugindo do Inferno (The Great Escape, 1963), sendo premiado com dois Globos de Ouro, em 1967 e 1968, respectivamente por O Canhoneiro do Yang-Tsé (The Sand Peebles) e O Fabuloso Doutor Doolittle. Em 1979, ele anunciou que iria abandonar a carreira de ator, mas reapareceu nas telas em 1993 como o excêntrico empresário John Hammond de O Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg.

Como diretor, ele estreou com Oh! Que Delícia de Guerra (Oh! What a Lovely War, 1969), que tinha um elenco extradordinário – Dirk Bogarde, John Gielgud, Laurence Olivier, Michael e Vanessa Redgrave e Maggie Smith, entre outros. O filme ganhou alguns prêmios (Bafta, Globo de Ouro), mas a consagração de Attenborough como cineasta viria apenas em 1982, quando conquistou o Oscar de melhor diretor e melhor filme por Gandhi, baseado na vida do líder indiano. Ele não repetiria o êxito nos anos seguintes. Em 1992 ele dirigiu Chaplin, sobre a vida do comediante, que teve como intérprete Robert Downey Jr. e, no ano seguinte, Shadowlands, com Anthony Hopkins, um dos seus atores preferidos.

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O cineasta também filmou a versão cinematográfica do musical A Chorus Line (1985) com Michael Douglas, retomando o caminho da cinebiografia dois anos depois, quando filmou a vida de Biko, o ativista sul-africano contra o apartheid, em Um Grito de Liberdade (Cry Freedom, 1987).

Desde 1976 Richard Attenborough era Cavaleiro do Império Britânico. Nobre, como seu irmão naturalista David Atenborough, o ator e cineasta era lorde e foi amigo pessoal da princesa Diana. Dirigiu instituições importantes como a Royal Academy, onde estudou, e o clube de futebol Chelsea. Também colecionador de arte, seu acervo tinha obras de Picasso e artistas britânicos como L.S. Lowry e Graham Sutherland.

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