?Alô, tudo bom? Pera um segundo que estou acabando de me sacar.? Se o mundo fosse um circo, o papel de palhaço certamente seria do ator e diretor Jorge Fernando. Com simplicidade e carisma ele chegou aos cinqüenta anos de vida este ano. Carioca de Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro, aos dezoito anos largou os estudos e se dedicou ao teatro amador. Exalando alegria por onde passava e apaixonado pela dramaturgia, Jorge entrou para a televisão no final dos anos 70s, por meio de um teste para atores. Seu primeiro papel foi no seriado Ciranda Cirandinha, seguido por outras novelas para então estrear na direção da novela O amor é nosso (1981).
Atualmente dirige a novela Alma gêmea, de Walcyr Carrasco, e está em turnê com a peça Boom, apresentada na noite de ontem, no Teatro Guaíra, em Curitiba. ?Parei com Boom um tempo por causa da novela, mas como agora ela já engrenou, me permito a fazer teatro nos finais de semana?, diz.
Segundo Jorge Fernando, tanto dirigir quanto atuar é um exercício que faz com humor. ?Prefiro dirigir para a televisão e atuar no teatro. A direção televisiva é um exercício mental rápido, são meses trabalhando em cima de diversos gêneros: romance, comédia, aventura, mistério…. No teatro existe a possibilidade de extravasar, viver o personagem intensamente?, diz.
O artista afirmou que com a prática da televisão e do teatro, fazer cinema tornou-se fácil. Com mais tempo para produzir e gravar, foi diretor do longa-metragem Sexo amor e traição. ?O humor sempre esteve presente em tudo que fiz, e gosto de fazer trabalhos diferentes.?
Ator, produtor de shows, musicais e comerciais, seu primeiro espetáculo profissional foi produzido por sua mãe, Hilda Rebello, que participa da novela Alma gêmea no papel de dona Filó. ?Minha mãe virou atriz aos 64 anos, é um exemplo?, conta. Entre seus trabalhos na televisão estão: Sai de baixo, Guerra dos sexos, A rainha da sucata, A próxima vítima, Que rei sou eu, Era uma vez e Chocolate com pimenta. Com a direção geral, em Rainha da sucata Jorge Fernando trabalhou com Regina Duarte, Antônio Fagundes, Cláudia Raia, Andréa Beltrão, Aracy Balabanian, Glória Menezes entre vários atores. A novela de Alcides Nogueira e Silvio de Abreu contava a história de Maria do Carmo (Regina Duarte), uma mulher que transformou o trabalho com ferro-velho em uma fortuna, trocando uma infância pobre por uma carreira de sucesso.
No teatro, o espetáculo Boom, em cartaz há cinco anos, já foi assistido por mais de 300 mil pessoas. É uma comédia escrachada sobre as confusões que almas desencarnadas causam na vida de um professor. Em questão de segundos Jorge muda de personagens como quem muda de humor, transformando assuntos sérios da vida humana em uma grande piada. Para ele, a comédia está eu tudo o que faz, inclusive com o público. ?Sou chinelão, cumprimento e sou amigos de todos.? Fotografias, história, carreira e mais informações no site do artista: www.jorgefernando.com.br.