Ele foi chamado de “Tom Cruise do pornô” pelo jornal britânico The Guardian. Mas poderia ser também “James Dean dos filmes pornográficos”, para manter a semelhança com o nome. O fato é que James Deen, 26 anos, é o novo galã do cinema americano. Do cinema pornô, é verdade. Mas isso pode mudar em breve. Conhecido por “olhar nos olhos” das mulheres com quem contracena, ela está perto de cruzar a barreira do entretenimento e passar para o “mainstream”, ou seja, para a cultura de massa. O escritor Bret Easton Ellis (autor de Psicopata Americano) anunciou o desejo de ter Deen no papel central de The Canyons, filme que será dirigido por Paul Scrader, roteirista de Taxi Driver.
Como o ator está prestes a conseguir essa transição de forma bem sucedida é algo que a imprensa americana ainda está tentando entender. Deen entrou na indústria do sexo em 2004, aos 18 anos, e logo chamou a atenção por fugir totalmente do estereótipo de ator pornô – o típico fortão, bronzeado, bem dotado e um pouco selvagem. Além de olhar diretamente para as atrizes, ele é conhecido por sussurrar o que supostamente seriam expressões sexuais nos ouvidos delas. Foi o suficiente para cair no gosto de adolescentes e jovens mulheres, um público não muito óbvio para o cinema pornô.
“Ele é exatamente o tipo de ator em que eu estava pensando”, disse Ellis. “É acessível e representa a democratização da nossa cultura. Ele não é o tipo fortão e bronzeado – é o garoto fofo que poderia ter sido seu colega de faculdade”, explicou o escritor. The Canyons vai retratar cinco jovens de vinte e poucos anos em busca de poder, amor e sexo na Hollywood de 2012. Ellis quer Deen para o papel do protagonista do longa, que, claro, exige cenas de nudez completa.
Mas, surpreendentemente, Deen não está completamente convencido sobre as vantagens de trocar de ramo. O ator garante que está feliz com a profissão. Ele já disse que tinha o sonho de ser ator pornô desde os tempos de escola e garante que, se aceitar participar do filme, será apenas porque é escrito por Ellis. Cheio de ironia, ele declarou ao The Guardian: “Se fosse com Spielberg, eu não faria. Eu diria: ‘Quanto você vai me pagar? Porque vou ter que me esforçar mais. E não poderei transar no trabalho’”.