Sirlei Menezes da Silva foi condenado hoje pelo 1º Tribunal do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda a 14 anos de prisão por matar o rapper Mauro Mateus dos Santos, conhecido como Sabotage, em 2003. A juíza Fabíola Oliveira Silva concluiu que o homicídio teve dois agravantes: motivo torpe e defesa da vítima impossibilitada.
A razão do crime foi apontada como vingança, de acordo com investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Sabotage e Sirlei estavam envolvidos em uma rede de tráfico de drogas na Favela da Paz, na zona sul de São Paulo, local onde moraram durante algum tempo, de acordo com as investigações.
O músico e outro traficante da quadrilha, Durval Xavier dos Santos, o “Binho”, teriam assassinado um comparsa de Sirlei, Nivaldo Pereira da Silva, o “Caçapa”. O réu chegou a confessar o crime quando foi preso, em 2004, mas a defesa alega que ele foi forçado a fazê-lo.
Após o depoimento de uma testemunha secreta, chegou-se à indicação da autoria de Sirlei. Ela apontou também o acusado como responsável por outros oito homicídios, que já estão tendo suas investigações reabertas.
O defensor público, Marcelo Carneiro Novaes, disse que vai entrar com um recurso ainda hoje. Segundo ele, as provas são insuficientes e a confissão extrajudicial – que poderia atenuar a pena – não tem “suporte técnico”.
Histórico
O assassinato de Sabotage ocorreu em 24 de janeiro de 2003, no bairro da Saúde, zona sul da capital paulista. O rapper começou sua carreira com um disco solo e fez parcerias com importantes nomes do hip-hop nacional, como RZO, SP Funk, Rappin’ Hood, entre outros. Ele fez participações nos filmes “O Invasor”, de Beto Brant, e “Carandiru”, de Hector Babenco.