As gravações de Avassaladoras em Santa Teresa, no Centro do Rio, transcorriam normalmente até a chegada da diretora Mara Mourão. Na manhã daquela quinta-feira, dia 15 de dezembro, quem comandava o "set" era o diretor-assistente José Carlos Pieri. Mara, porém, fez logo questão de explicar a razão da demora. Ela ficou acordada até as três horas da manhã editando o quarto episódio da série, que estréia na Fox no dia 18 de janeiro e na Record no dia 23. Satisfeita com o que viu, queria comunicar ao elenco e à equipe técnica que o resultado estava excelente. "Não posso falar pelos outros, porque ainda não estão prontos. Mas o que eu editei está muito legal e achei que todos mereciam um elogio. As atrizes, principalmente, estão com um ‘timing’ espetacular", derrama-se Mara, diretora da série e do longa que deu origem a ela.
O elogio da diretora foi recebido com uma salva de palmas. A atriz Vanessa Lóes que interpreta o papel que, no longa, pertenceu a Giovanna Antonelli resolveu fazer diferente. Caiu no choro. Depois, já recomposta, explicou o motivo de tanta emoção: pela primeira vez na vida, está fazendo um trabalho assumidamente cômico. Antes de Avassaladoras, o mais perto que chegou do gênero foi em Zazá, novela de Lauro César Muniz, exibida pela Globo em 1997. "Por mais que você se esforce, sempre fica aquela dúvida: ‘Será que estou acertando?’ Quando a diretora diz que estamos no caminho certo, penso, aliviada: ‘Puxa, isso é tudo o que eu queria ouvir!’", desabafa Vanessa, que volta à tevê depois da malograda Metamorphoses, exibida pela Record em 2004.
Mas, se comédia é uma novidade na vida de Vanessa Lóes, Virgínia Cavendish já está mais do que habituada a arrancar risadas. Dois de seus mais recentes trabalhos, a Inaura no longa Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes, e participações como Maria Padilha na série A Grande Família, da Globo, são autênticos representantes do gênero. A única ressalva que a atriz fez ao receber o convite de Mara Mourão foi a de que não gostaria de repetir o estilo "femme fatale", já explorado em tipos fogosos e sedutores, como a Inaura e a Maria Padilha. Por isso, preteriu o papel de Betty, uma típica "devoradora de homens", pelo de Teresa, uma executiva que sempre relega a vida afetiva a segundo plano. "Preferi uma personagem que me possibilitasse outro exercício de interpretação. Afetivamente, a Teresa é quase uma criança. Ou seja, é diferente de tudo o que eu já fiz", justifica.
Na nova série da Record, Vanessa e Virgínia se juntam a Débora Lamm e Giselle Itié nas sempre divertidas aventuras amorosas de quatro amigas balzaquianas. Laura, personagem de Vanessa, é uma romântica à moda antiga. Sonha em casar e ter filhos, mas desconfia que, para que isso aconteça, precisa encontrar, primeiro, o homem dos seus sonhos. Já Betty, sua melhor amiga, é bem mais dedicada às atividades típicas de uma lua-de-mel, mesmo no trabalho. Interpretada por Débora Lamm, sabe que monogamia não é o seu forte. Das quatro amigas, apenas Silvinha, de Giselle Itié, não consta do original de 2002. Criada especialmente para a série, é irmã de Laura e trabalha como DJ em uma casa noturna. Ao contrário das outras três, é do tipo que, acredita ela, sobrevive muito bem sem o sexo oposto. "O único objetivo da Silvinha é curtir a vida. Sabe aquela música Deixa a vida me levar…? Pois então, ela é um pouco assim…", explica.
A série Avassaladoras estréia na Fox no dia 18, às 21hj30, e na Record no dia 23, às 23h30. Apesar do horário ingrato, o ator e produtor Márcio Garcia, que interpreta o sedutor Caíque, diz não se incomodar com ele. "A nossa série não fica nada a dever às sitcoms norte-americanas. Por isso mesmo, tenho certeza de que vamos estourar em qualquer horário", assegura Márcio que, antes do início das gravações, sugeriu que as atrizes principais passassem um final de semana em Búzios, no Rio de Janeiro, para se conhecerem melhor. Débora Lamm adorou a idéia. "A viagem foi sensacional. Viramos grandes amigas de infância", diverte-se.