Se tem um campo no cinema em que vem se desenvolvendo a cada ano que passa é o das animações. Desde que a Pixar, no longínquo ano de 1995, nos presenteou com o excelente Toy Story, os estúdios que possuem uma divisão para cuidar destes longas-metragens vêm se esforçando para nos brindar com trabalhos visuais cada vez mais impressionantes. Claro que há exceções, mas, via de regra, a qualidade sempre é uma constante.
Felizmente, Rio 2 não foge disso. Dirigido novamente pelo brasileiro Carlos Saldanha, a animação capricha – e muito – no visual para conquistar os espectadores. Exibindo um colorido bem típico do nosso País (afinal de contas, a história acontece por aqui), o trabalho realizado no filme se esmera em criar cenários deslumbrantes, mas sem deixar de lado alguns detalhes, como, por exemplo, a madeira descascada dos barcos no Rio Amazonas, que dão um toque mais realista ao material.
Protagonizado novamente pela arara azul Blu e sua companheira Jade, Rio 2 agora traz também os filhos do casal: Carla, Bia e Tiago. Levando uma vida domesticada no Rio de Janeiro, as araras, que acreditavam serem as últimas da espécie, descobrem evidências de que há outras araras-azuis na Floresta Amazônica, o que os levará a uma viagem para o Amazonas, junto com seus amigos Nico (canário da terra), Pedro (cardeal) e Rafael (Tucanuçu).
Justamente por terem um objetivo mais leve e menos…”piegas”, os coadjuvantes acabam rendendo as cenas mais engraçadas do longa. O concurso de novos talentos organizados pelo trio acaba sendo o ponto alto do filme. Associado a isso, Nico, Pedro e Rafael têm carisma, o que nos torna simpáticos a eles. Não que as araras-azuis não possuam apelo. Mas é mais fácil gostar mais dos três citados.
Mesmo com uma história redonda e personagens bem construídos, Rio 2 possui sua cota de falha. A mensagem contra o desmatamento, embora válida, soa rasa demais. Os números musicais, assim como no primeiro filme, não empolgam. Pelo contrário. A cantoria rende os piores momentos da animação. Nigel, a cacatua vilã do primeiro filme, reaparece novamente, mas é pouco aproveitado. E o velho clichê de reencontrar a família, passar por uma provação e o fato de ser diferente ajudar a derrotar o inimigo se faz presente deixa a sensação de que o roteiro poderia ser melhor trabalhado.
No final das contas, Rio 2 irá agradar mais os pequenos do que os adultos. Mas, mesmo assim, ele tem seus méritos, superando, inclusive, o seu antecessor.
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