Dar espaço para artistas iniciantes, para aqueles que já passaram pelo circuito de artes, mas foram “descartados” pelo sistema, e para os que passam ao largo do mercado, com obras de difícil assimilação comercial, todos sem ter representação por galerias, é o objetivo do 1º Salão dos Artistas Sem Galeria, que começa neste fim de semana, em São Paulo. Dez artistas foram selecionados – em meio a 258 inscritos de todo o Brasil e residentes no exterior – e expõem seus trabalhos em dois endereços: a Casa da Xiclet, na Vila Madalena, zona oeste, e no Espaço Matilha Cultural, no centro.
A ideia da exposição é do jornalista Celso Fioravante, responsável pelo site “Mapa das Artes”, que percebeu, como frequentador costumeiro de salões, uma deficiência no tratamento dos artistas, que precisavam arcar com custos diversos para ter sua produção exposta. “Existe um consenso de que o artista trabalha de graça”, comenta.
O organizador do salão quis, então, realizar uma mostra que “contemplasse todas as necessidades dos artistas”. Além de premiação para os três primeiros colocados – nos valores de R$ 2 mil, R$ 1.500 e RS 1 mil -, os “sem galeria” selecionados recebem um pró-labore de R$ 600, subsídio que, de acordo com Fioravante, não é algo comum de ocorrer.
Fioravante também quis ir contra certas imposições dos salões, como o limite de idade para os artistas participantes, por exemplo. “No meu entender, o que importa não é a idade cronológica, mas a idade artística da pessoa”, diz ele. A proposta também foi dar espaço para artistas com trabalhos mais conceituais. O jornalista exemplifica esse perfil com os selecionados Pedro Von Wirz (brasileiro radicado na Alemanha), Bartolomeu Gelpi e Affonso P. V. Abrahão, residentes em São Paulo.
Os outros escolhidos pela comissão julgadora, formada pelo curador Cauê Alves e pelos galeristas Daniel Roesler e Monica Filgueiras, são: Amanda Mei (SP), Bettina Vaz Guimarães (SP), Christina Meirelles (SP), João Maciel (MG), Luiz Martins (SP), Rodrigo Mogiz (MG) e Sandra Lopes (SP).
Surpresa
Desde o início, a intenção da organização era fazer um salão enxuto e autossustentável, que se bancasse pelo valor cobrado na inscrição dos artistas. Para que o projeto vingasse, eram esperados, no mínimo, cem inscritos, com cada um pagando R$ 100. Mas a quantidade de interessados surpreendeu Fioravante e permitiu que a exposição se dividisse em dois locais e rendesse até mesmo um folder com fotos de dez obras, que não estava previsto no edital do salão, lançado em dezembro de 2009.
A abertura do salão ocorre hoje, a partir das 19 horas, na Casa da Xiclet, e amanhã, a partir das 14 horas, no Matilha Cultural. Trabalhos de todos os artistas, entre pinturas, esculturas, fotografias, bordados, objetos e instalações, estarão em exibição nos dois espaços até o dia 18 de abril.
Divirta-se
Casa da Xiclet
Abertura: hoje, às 19 horas
Período Expositivo: de 13 de março a 18 de abril
Rua Fradique Coutinho, 1.855, Vila Madalena
Telefone: (11) 2579-9007
Horários: de quarta-feira a sexta-feira, das 14 horas às 20 horas; sábados e domingos, das 14 horas às 18 horas
Entrada Gratuita
Site: http://casadaxiclet.multiply.com
Espaço Matilha Cultural
Abertura: amanhã, às 14 horas
Período Expositivo: de 13 de março a 18 de abril
Rua Rego Freitas, 542, Centro
Telefone: (11) 3256-2636
Horários: de terça-feira a sábado, das 12 horas às 20 horas
Entrada Gratuita
Site: http://matilhacultural.com.br