Artistas cariocas mostram pinturas e instalação no MuMA

Monica_Barki__Bobinas_.jpgA partir das 19h desta quinta-feira (20), a Sala Célia Neves Lazzarotto do MuMA ? Museu Metropolitano de Arte de Curitiba abriga duas exposições de artistas cariocas que utilizam diferentes linguagens plásticas. Cenas urbanas captadas em fotografias, trabalhadas digitalmente e depois impressas em bobinas de papel, tecidos e ataduras compõem a instalação "Bobinas", criada por Monica Barki. Telas de grandes dimensões são os suportes para as cores vibrantes das pinturas em acrílica, realizadas por Luiz Áquila. Antes do início das exposições, às 17h30, os artistas ministram palestra sobre seus trabalhos, aberta a todos os interessados.

A instalação de Monica Barki utiliza 12 bobinas de papel reciclado, impressas em flexografia, técnica de impressão rotativa que usa uma matriz de fotopolímero, aplicada sobre um cilindro para imprimir continuamente o papel. As imagens gravadas são resultantes de uma atenta observação do cotidiano, que a artista documentou em fotografia e depois trabalhou digitalmente para então imprimir em papel, tecidos e ataduras, interferindo com palavras. O trabalho também reúne ataduras e tecidos impressos em serigrafia, além de uma seqüência de 13 fotografias de performances anteriormente realizadas por Monica.

Na opinião de Luiza Interlenghi, mestre em Curatorial Studies pelo Bard College (EUA), que assina um dos textos de apresentação da mostra, "Monica manipula suas impressões como peças de um quebra-cabeça feito com registros de viagens, estórias incompletas ou letreiros populares de vendas de beira de estrada. O registro fotográfico é manipulado com tecnologia digital. A artista monta estes fragmentos de diversas maneiras, manejando-os como se fossem os bonecos registrados na viagem a Pernambuco, até que eles comecem a formar novos sentidos, a contar outras estórias. Reeditadas e impressas em diversos suportes ? bobinas de papel, tecidos, rolos de bandagem ? as imagens comentam os desdobramentos das formas de dominação econômica sobre o corpo, o sexo e a liberdade de ação."

O texto de Luiza Interlenghi foi impresso em formato de bobina e está colocado em um suporte com um serrilhado, que permite ser destacado e distribuído durante a exposição. As bobinas medem de 280m a 330m de comprimento e são geralmente vendidas a metro. A intenção da artista é aumentar a circulação de sua obra, tornando-a mais acessível ao público. Essa instalação já percorreu várias cidades brasileiras, entre elas Salvador, Brasília e Rio de Janeiro.

Graduada em Comunicação Visual e Licenciatura em Artes Plásticas pela PUC do Rio de Janeiro, Monica Barki também realizou cursos no Centro de Pesquisa de Arte e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, ambos no Rio de Janeiro. A artista possui extensa relação de exposições individuais e coletivas, premiações importantes e obras em acervos de diversos museus, como o de Arte da Pampulha (MG), de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de Arte Contemporânea do Paraná e de Arte Contemporânea de Niterói (RJ), além da Fundação Padre Anchieta (SP), Itaú Cultural (SP), IBM (SP e RJ) e Jornal O Globo (RJ).

Pinturas vibrantes

A mesma sala de exposições onde estará a instalação de Monica Barki abriga as pinturas de Luiz Áquila. O artista expõe desde 1965 em individuais e coletivas, com destaque para a 17ª Bienal de Veneza e as 18ª, 19ª e 20ª Bienais de São Paulo. Outras exposições importantes aconteceram em 1992 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; em 1993 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Museu de Arte de São Paulo e na Dan Galeria (mostras simultâneas); em 1995 no Centro Cultural Bando do Brasil, no Rio de Janeiro; em 1999 no Museu da Mãe D?Água, em Lisboa; e em 2000 na galeria do TCE-RJ (exposição realizada com Burle Marx).

Luiz Áquila foi professor da Universidade de Brasília (1968-1972) e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro (1979-1986). Foi diretor desta escola de 1988 a 1990. Sua obra está presente nas coleções do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Ministério das Relações Exteriores, Varig, IBM, BNDES e Chase Manhattan Bank.

Em 1991, Luiz Áquila recebeu a Ordem do Rio Branco, no grau oficial, e em 1997, a Ordem de "Chevalier des Arts et Lettres", do Ministério da Cultura da França. Atualmente, o artista vive em Petrópolis, onde mantém sua residência e ateliê.

Serviço
MuMA ? Museu Metropolitano de Arte
(Centro Cultural Portão ? Av. República Argentina, 3.430 ? Portão)
Sala Célia Neves Lazzarotto abriga as seguintes exposições
"Bobinas" ? instalação da artista carioca Monica Barki
Pinturas do artista carioca Luiz Áquila
De 20.10.05 (abertura às 19h) a 27.11.05
Antes do início das mostras, às 17h30, os artistas ministram palestra sobre seus trabalhos, aberta a todos os interessados
Horário de visitas: de terça a quinta-feira, das 13h às 19h; sexta-feira, das 13h às 21h; sábados e domingos, das 15h às 19h
A entrada é franca

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