Pelado, o artista Maurício Ianês iniciou terça-feira (4), pela manhã, sua performance, A Bondade de Estranhos, como parte da 28ª Bienal de São Paulo. Até o dia 16 deste mês, ele ficará no pavilhão, sobrevivendo apenas de doações dos visitantes e sem dizer uma palavra. Ontem, logo que foi aberta a visitação, às 10 horas, Ianês começou a vagar sem roupa pelo prédio, chegando ao terceiro piso do edifício, onde está a parte expositiva desta Bienal, que ficará em cartaz até 6 de dezembro.
A primeira doação recebida foi uma garrafa d’água e, logo após, uma camiseta. Pouco depois das 14 horas, o artista ainda se apresentava nu da cintura para baixo, causando espanto entre os poucos visitantes no local, a ponto de os guardas responsáveis pelo setor perguntarem: “Ninguém pode dar uma cueca para ele?”
Também não faltaram piadas maliciosas em relação àqueles que observavam mais atenciosamente a cena. O incômodo foi potencializado pelo fato de Ianês ficar absolutamente imóvel, de pé, sem comunicação nenhuma com o público, contrariamente ao título geral desta edição: Em Vivo Contato. O único movimento do artista era se sentar, esporadicamente, ao lado dos poucos pertences recebidos. Até o fim da tarde, ele já havia ganho comida, mais duas camisetas, uma manta e uma cueca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.