A série de desenhos “Reflexos Obscuros” da artista plástica Natália Gavotti procura envolver o espectador em um percurso, não apenas das cores, como também de trilhas, luzes e sombras. Estas – as sombras – segundo Natália, são “protagonistas” do seu trabalho, fundindo-se, integrando-se e recortando as figuras.
“Reflexos Obscuros” tem uma vasta história de passagem por paisagens urbanas em Curitiba e outros pontos do mundo. Agora aporta no Casablanca Café (Rua Manoel Eufrásio, 1350, bem perto do Museu Oscar Niemayer), local que se propõe ser mais um elo entre arte, cultura, café e sossego. A abertura da mostra está marcada para dia 4 de fevereiro, a partir de 19h e fica por lá até o final do mês.
Para Natália, o fato de as sombras serem associadas, na maioria das vezes, a momentos lúgubres ou melancólicos, é que lhe surgiram como um desafio. “Elas (as sombras) são quem guardam as cores e proporcionam incríveis descobertas na vida de todos nós, em confrontação com a luz, que nem sempre deixa tudo tão evidente aos olhos dos espectadores”, diz a artista.
A sombra – e junto com ela a escuridão – não escondem absolutamente nada. Segundo o roteirista norte-americano Rod Serlin, “nada há na escuridão que já não estivesse lá enquanto as luzes estavam acesas”.
Sobre Natália
Natália Gavotti nasceu na Argentina, mas é uma verdadeira “cidadã do mundo”. Já percorreu vários caminhos e Curitiba pode ser considerada mais um dos seus pontos de passagem. Trabalha com tecnologia, algo até certo ponto uma ocupação insípida e inimaginável para quem corre os olhos sobre seus traços, cores, sombras, pretos e brancos, e que nem sempre revelam absolutamente tudo a que se propõe.
Começou a desenhar ainda criança e o que era um passatempo acabou se tornando uma extensão dela mesma, forma de se comunicar com o mundo. Fez vários cursos em diversos ateliês, todos em Buenos Aires. “Apesar de ter trabalhado em varias áreas, o desenho e a pintura são uma constante em minha vida”, diz ela.
Desde pequena, com incentivo dos pais, participa de mostras e concursos, já tendo feito inclusive trabalhos como vitrinista. “Adoro reformar móveis e decorar espaços”, acentua. E conclui: “Os meus trabalhos artísticos vão mudando de estilo, um pouco de propósito, outro pouco sem querer, à medida que vou conhecendo e explorando diferentes áreas, o que me parece algo totalmente natural e até necessário”.