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150 obras do gênio francês estão expostas na capital italiana. |
Roma – O Complexo Vittoriano propõe pela primeira vez em Roma uma importante exposição monográfica de perfil internacional: Paul Gauguin-Artista de mito e sonho. Através de 150 obras do gênio francês, entre pinturas e esculturas, a mostra descreve com perfeição a vicissitude artística e humana de Gauguin.
A história de Paul Gauguin é complexa, fascinante e muito movimentada. Nascido em Paris no dia 7 de junho de 1848, ele viveu os primeiros sete anos de sua vida em Lima, no Peru, para onde seus pais se mudaram após a chegada de Napoleão III ao poder. O pai do artista tinha planos de trabalhar em um jornal da capital peruana. Porém, durante a longa e precária viagem de navio acabou tendo complicações de saúde e morreu. O pequeno Gauguin desembarcou em Lima apenas com a mãe e a irmã.
O artista retornou à França em 1855 e foi estudar em Orleans. Em 1871 decidiu viver em Paris, onde ficou hospedado na casa de Gustavo Arosa, que foi seu tutor. O contato com as obras de arte as coleções fotográficas de Arosa desperta em Gauguin e desejo de se tornar pintor. E, aos 35 anos e já casado com a dinamarquesa Mette Sphie Gad, com quem teve cinco filhos, toma a decisão de fazer da arte sua profissão. Começa assim, sob a luz do impressionismo, uma vida de viagens e boemia que resultou numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século XX.
Apesar de sua obra não permitir qualquer enquadramento no impressionismo, Gauguin matinha sólida amizade com o cofundador do movimento artístico Jacob Camille Pissarro e com Vincent van Gogh, considerado pioneiro na ligação das tendências impressionistas com o modernismo.
As primeiras obras de Paul Gauguin retratavam a simplicidade e o bucolismo da vida no campo. O pintor conseguia aplicar arbitrariamente as cores de forma despojada e sem qualquer naturalismo. Em busca de novos temas, Gauguin parte para o Taiti e o lugar exótico passa a influenciar sua obra. Também morou durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha, e viu sua obra amadurecer. Voltou à França e se abrigou no sul, onde conviveu com Van Gogh. Em 1887, durante viagem para a Martinica, o artista passou a renegar o impressionismo e, em contrapartida, a empreender o retorno à arte primitivista. Em todo esse período a sua obra ganhou traços mais abstratos e, ao mesmo tempo, enriqueceu na capacidade de traduzir suas impressões em imagens nítidas e completas.
Os últimos oito anos da vida de Gauguin são muito produtivos. Ele fez cerca de cem pinturas, aproximadamente quatrocentas gravuras e três livros. A fase foi marcada por personagens alegóricos, literários e míticos. As cores ficaram mais sóbrias.
Em 1903 chega ao fim a longa e criativa viagem de Paul Gauguin. O artista morre em Hiva Oa, no arquipélago das Ilhas Marquesas (Polinésia Francesa).
