Artilharia pesada do SBT

O SBT está de posse de uma verdadeira artilharia pesada em termos de programação de filmes. Além de renovar o acordo com a Warner e a Disney, a emissora acaba de adquirir os direitos de exibição das produções da MGM e Paramount. O contrato com as produtoras internacionais vale por cinco anos e garante ao SBT exclusividade na exibição de filmes de sucesso como “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, “O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel” e “A Senha”. Todos os longas da série 007, antes da Globo, agora são exclusividade do SBT também.

Para este ano, a emissora já planeja incluir na programação atrações como, por exemplo, “Mar em Fúria”, “Corpo Fechado” e a nova versão de “O Exorcista”. Estima-se que o SBT tenha investido em torno de US$ 170 milhões só para adquirir os direitos dos filmes produzidos pela Warner e Disney. “O alto investimento, em dólar, compensa porque traz prestígio, publicidade e excelente audiência para a emissora”, afirma Ricky Medeiros, diretor de programação do SBT.

Colocar determinado filme no ar, porém, é algo bem estudado pela alta cúpula da emissora. O SBT jamais programa um “arrasa-quarteirão” para concorrer com outro filme da Globo por achar que o produto não vai atingir o seu melhor potencial na audiência.

Em vez disso, a emissora prefere exibir seus filmes nos horários em que a concorrência esteja com outro tipo de produto no ar, como os programas da linha de shows da Globo, na terça e sexta. Em 2002, por exemplo, o SBT bateu o “Casseta & Planeta, Urgente!” com “Sexto Sentido”, protagonizado por Bruce Willis, e outros filmes como “Matrix” e “À Espera de um Milagre”, todos na casa dos 30 pontos. “Não colocamos filmes de arte durante a semana, pois é quando o povão assiste a tevê”, explica Ricky.

Prazos estudados

Atualmente com 60 longas inéditos e 400 filmes ao todo no acervo, a emissora de Silvio Santos faz a escalação deste tipo de produto para o ano inteiro. Mas, com papel e borracha do lado, pois tudo pode mudar de uma semana para outra. Na verdade, a emissora se importa mais em ter uma boa média mensal com os filmes do que alcançar grandes audiências isoladamente. “Não somos como a Globo, que tem de ter sempre uma grande audiência”, compara Ricky. Por isso, o SBT programa os sucessos de bilheteria paulatinamente e de acordo com o processo de liberação do produto para televisão aberta.

Isso porque, após o filme estrear no cinema, existe um prazo de três anos para ele chegar até a tevê aberta. Após o cinema, o filme passa ainda pelas locadoras de vídeo e DVD, depois pelos canais de “pay-per-view” e, em seguida, pelas emissoras por assinatura. “Os filmes recém-adquiridos da Paramount, por exemplo, só vamos poder exibir em 2004”, adverte o diretor, referindo-se a filmes como “Harry Potter”, “Tomb Raider” e “Scooby-Doo”.

Ricky lembra que o fato de os grandes estúdios cinematográficos terem contratos específicos com canais por assinatura no Brasil não impede a negociação com o SBT.

Os canais do Telecine, exibidos pela Globosat, por exemplo, exibem filmes da Fox, MGM, Universal e Paramount. Já a HBO, da TVA, possui os filmes da Warner, Disney e Sony Pictures. “A venda para a tevê aberta é livre destes contratos. Tanto que o SBT tem filmes que passam tanto no Telecine quanto no HBO”, destaca o diretor.

Ricky garante que, na verdade, demorou vários anos para que o SBT conseguisse credibilidade junto aos produtores de filmes norte-americanos. Até recentemente, a Globo era a referência de emissora no Brasil e a que tinha prioridade neste tipo de negociação. “Mas fomos pagando em dia nossos contratos internacionais e ganhando respeito destes estúdios”, orgulha-se o diretor.

Quanto aos filmes nacionais, o SBT não dispõe de quase nenhum em seu acervo. Segundo Ricky, a maioria das produções nacionais recentes é da Globo Filmes e com atores globais como protagonistas. “Por isso, a Globo tem a primeira opção de compra”, lamenta o diretor.

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