Arte moderna exposta no MON

Exposta no Museu Oscar Niemeyer (MON) desde a última quarta-feira, a mostra Arte Moderna em Contexto traz 73 obras do acervo da coleção do ABN Amro Real. A mostra revela um panorama do período modernista dividido em duas vertentes: o abstracionismo, que engloba a abstração informal e a geométrica; e o figurativismo, dividido nos núcleos realismo social, naturezas-mortas, paisagem rural, festas, marinhas e paisagens urbanas. A área expositiva traz surpresas que ajudam a compreender o contexto histórico e criativo.

O abstracionismo informal e o geométrico se diferenciam na visualização e criação artística. O primeiro remonta ao russo Kandinsky (1866 – 1944), introdutor da abstração nas artes visuais, e tem na liberdade de criação a inventividade e manipulação de formas plásticas acompanhando um tipo de arte até então conhecida. O geométrico marca pela ausência da perspectiva e profundidade e o uso contundente da cor, tendendo para a racionalidade. Foram agrupados de acordo com suas relações formais.

O figurativismo traz obras que registram o uso de diferentes temas de registro artístico e contam parte da história social e política travestida na arte. Está exposta a ação do trabalhador (realismo social), objetos sem qualquer contexto narrativo (naturezamorta), plantio (paisagem rural), comemorações (festas), navegadores e embarcações (marinhas) e o despertar das metrópoles (paisagem urbana).

?No figurativismo adotamos um critério oposto ao utilizado no abstracionismo: em lugar de relações formais, agrupamos as obras em função dos gêneros da pintura antes do surgimento da arte abstrata?, afirma o curador Franz Manata.

Serviço

Mostra Arte Moderna em contexto, coleção do ABM Amro Real, com curadoria de Franz Manata, Fernando Cocchiarale e Luiz Antônio Ewbank. A exposição fica aberta até o dia 25 de fevereiro de 2007. Mais informações pelo telefone (41) 3350-4400.

Programa intera deficiente visual

Arte Moderna em Contexto traz um destaque especial e inédito nas grandes exposições realizadas pelo Brasil. É o Programa de Visitação para Deficientes Visuais, que permite às pessoas cegas uma interação com as pinturas por meio de reproduções, especialmente desenhadas em um projeto arquitetônico expositivo e com explicações em braile. Foram separadas oito telas e duas esculturas para apreciação dos deficientes em pontos estratégicos.

São elas: Figura, de Milton da Costa; Paisagem, de Francisco Rebolo; Baile no campo, de Cícero Dias; Natureza-morta, de Aldo Bonadei; Barcos, de Arcângelo Ianelli; Telhado de Ouro Preto, de Carlos Scliar; Sem título, de Tomie Ohtake; Série amazônica, de Ivan Serpa, e as esculturas Donzela, de Sonia Elbling, e Megatério, de Domenico Calabrone. Foram desenvolvidos oito totens para as telas. Eles contêm relevos em resina que podem ser manipulados, além de jogos e réplicas dos elementos retratados nas obras. As esculturas podem ser tocadas por luvas especiais.

O objetivo do programa é proporcionar uma visita adequada e cuidadosa, com a orientação de educadores especializados. (DST)

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