Arte gráfica de Otto Dix chega a Curitiba

Nos próximos trinta dias, Curitiba oferecerá uma visão das artes plásticas das mais inquietantes, pois abriga a partir de hoje exposição de Otto Dix, alemão que serviu na I Guerra e foi um soldado também nas artes. Através do Instituto Goethe, suas gravuras estão no Brasil, tendo passado já por São Paulo e Rio de Janeiro.

A exposição Otto Dix – A Obra Gráfica dos Anos Vinte reúne dois momentos. Em A Guerra estão 50 águas-fortes numa edição de 600 desenhos-esboços realizados entre 1915 e 1917. O artista esteve nas trincheiras e em um hospital para feridos, onde executou seus pesados desenhos, a maioria em preto e branco, revelando a morte, a violência e a decadência do período. Um dos trabalhos que marcam a época é o quadro onde um grupo de mutilados joga baralho. As gravuras dessa coleção, impressas em 1924, na editora de Karl Nierendorf, Berlim, provenientes de matrizes em metal, tiveram uma tiragem de 70 cópias cada, todas numeradas e assinadas por Dix.

O segundo segmento da mostra denominado Gravura Crítica (1920-1924) é composto de dezoito gravuras em metal e treze litografias monocromáticas e a cores. Essas obras têm como tema central as conseqüências de uma guerra infeliz, representando a imagem grotescamente caricatural de vítimas mutiladas como A Rua e Vendedor de Fósforos. A série inclui também muitos personagens que direta ou indiretamente sofreram, na própria carne, os efeitos dos conflitos bélicos e de sua brutal irracionalidade.

Otto Dix, em 1939, foi preso pela Gestapo. Depois, caiu prisioneiro de guerra dos franceses. Mas a partir de 1949, realizou diversas exposições e recebeu inúmeras homenagens e prêmios, tanto no ocidente quanto na Alemanha Oriental, tanto de instituições estaduais quanto privadas, mas permaneceu sempre à margem da vida artística oficial. Morreu em 25 de julho de 1969 em Singen sam Hohentwiel, próximo ao Lago Constança. De 1963 a 1991, foram realizados diversos filmes e documentários sobre sua vida e obra.

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A mostra fica de hoje a 1.º de setembro na Casa Andrade Muricy (Rua Dr. Muricy, 915, telefone 321-4730). Abre de terça a domingo das 10h às 20h. Ingressos a três reais e a um real para estudantes.

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