Tive a oportunidade de assistir a dois concertos, com repertório bastante variado, e fiquei admirado com o talento do coral, que se apresenta em festas, missas, formaturas, inclusive na reabertura do Shopping Estação em Curitiba-PR. Entres as apresentações programadas, o Centro de Convenções Edson Dalke está na agenda.
Resta-nos investigar quem é Santa Clara para sabermos qual a relação entre o nome da capela, do coral e o trabalho comunitário. Santa Clara (1193-1253) nasceu em Assis, Itália, e fundou a Ordem feminina Franciscana, popularmente conhecida como Clarissas ou Damas Pobres. Relata-se que o primeiro milagre de Clara, ainda em vida, aconteceu quando uma das irmãs da congregação estava à procura de esmolas para os pobres que freqüentavam o mosteiro e nada encontrou. Desanimada, foi consolada por Clara, que falou: "Confia em Deus". Quando a santa se afastou, a outra freira pegou o embrulho que trouxera e não conseguiu levantá-lo. Tudo havia se multiplicado.
Em outro momento, quando a cidade de Assis foi invadida pelos sarracenos, Clara pegou o cálice (com hóstias consagradas) e enfrentou o chefe deles. Dizia: Jesus Cristo é mais forte que vocês. Os invasores entraram em pânico e fugiram.
Em 1253, Clara assistiu a Celebração da Eucaristia sem precisar deixar o leito, por isso é aclamada Protetora da Televisão. (Santos da Igreja Católica, 2005).
Conversando com integrantes do coral, observo que entre Santa Clara, a capela e seu trabalho comunitário existe a mesma relação de solidariedade.
Segundo Doroti de S. Coelho, dentre os trabalhos desenvolvidos pela doação pessoal e por outras doações, os membros do coral ministram aulas de alfabetização, de bordado e promovem bingos, refeições comunitárias (sopões, risotos e quireras). Com o dinheiro arrecadado, contribuem com a comunidade na conclusão do centro comunitário ao lado da capela. Realizam campanhas de doações de roupas para instalação do bazar, no qual podem ser compradas peças por R$ 1,00. O lucro é revertido em benfeitorias para a comunidade e para o natal das crianças.
Como Santa Clara, as ações desenvolvidas pelo coral parecem multiplicar os benefícios e torná-los disponíveis a um maior número de pessoas, o que contribui com a melhora de sua qualidade de vida, especialmente se tomarmos em consideração as desigualdades existentes no País, no Estado e em Almirante Tamandaré.
Jorge Antônio de Queiroz e Silva é pesquisador, historiador, professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
queirozhistoria@terra.com.br