O gaúcho Armandinho viu o país inteiro cantar o reggae romântico Desenho de Deus (?Quando Deus te desenhou/ Ele tava namorando/ Na beira do mar, na beira do mar do amor…?) em 2006. O Brasil descobriu um artista pop que já era cultuado na região Sul, onde cresceu surfando e tocando em bares.

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A música apresentava o CD Armandinho ao Vivo que vendeu 80 mil cópias e outras 40 mil em DVD e marcava a estréia do cantor e compositor na Universal Music. Antes em 2004, ele já figurava entre os campeões com 50 mil cópias vendidas do disco intitulado Casinha.

Agora – depois de fazer cerca de 180 shows por praticamente todo o país e se apresentar duas vezes em Portugal, no Festival Sudoeste 2007 e dividir a programação com nomes como Manu Chao, Damian Marley, Groove Armada, The Streets, Gilberto Gil e Vanessa da Mata – Armandinho lança seu terceiro álbum de estúdio e quarto da carreira, intitulado Semente (Universal Music, 12 faixas, R$ 23,90).

Para falar sobre esse trabalho e a carreira, ele participa de um bate-papo com o público e faz um pocket-show amanhã (29 de abri), às 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação (av. Sete de Setembro, 2775, Centro, loja 1108, telefone 41-3330-5118). A entrada é franca.

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?Semente é o sucessor natural de Casinha. Exceto por Onda do Arraial, uma parceria do ano passado com Dora Vergueiro, as músicas foram compostas antes do Ao Vivo. Acho que o som sinaliza como será meu trabalho daqui para frente?, explica Armandinho.

Pluralidade

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Embora assuma o reggae como sua música de cabeceira e adequada ao seu estilo de vida surfista, o músico não quer ser rotulado com um cantor do gênero nascido na Jamaica. A reggae music para o compositor é, sobretudo um dos ritmos que ele – com habilidade pop – casa com a cadência melódica da música popular brasileira para criar canções radiofônicas. ?Onda do Arraial e A Filha, por exemplo, são influenciadas pelo som do América, um grupo de soft rock inglês dos anos 70?, diz.

Produzido pelo galês Paul Ralphes ? que já trabalhou com Lulu Santos, Kid Abelha e Cidade Negra – e já havia colaborado no Ao Vivo, Semente revela novas influências também no uso mais forte da percussão em canções swingadas como Morena Nativa, que flerta com o ijexá, e Menina que me Encabrerô, digna da melhor fase do baiano Pepeu Gomes: ?Acho que o tempo vai fazer você mudar/ Vai refletir, vai respirar/ Acho que vai amadurecer/ Só o tempo vai dizer/ O quanto tem que ralar/ Pra entender tem que acordar/ Tentar refazer, reconstruir/ A vida é mesmo assim/ Tanto pra você quanto pra mim…?.

Cadência

Puxado pelo single homônimo (?Semente, semente, semente, semente/ Se não mente, fale a verdade/ De que árvore você nasceu??), um reggae surfer com a levada típica e simples do violão de Armandinho e delicioso órgão Hammond e piano Fender Rhodes presentes em quase todo o trabalho, o disco Semente reitera o talento do compositor em traduzir o seu modo de vida em canções up que espalham boas vibrações.

O despretensioso reggae Babilônia me Chama é capaz de ensolarar a estrada de qualquer trabalhador que, chamado à luta diária, quer mesmo é ficar na cama. Já a romântica Oh Lua provoca uma maresia maneira com seu ritmo cadenciado e letra que transforma o satélite da Terra em mensageiro de um amor ainda não correspondido: ?Lua, oh, Lua/ Manda o meu beijo pra ela/ Manda uma estrela cadente de amor/ Entrar pela sua janela…?.

O resultado dessa agradável mistura é um CD cheio de balanços e ritmos capazes de agradar todo tipo de público, desde os mais ligados ao reggae até quem ainda não experimentou as boas sensações do estilo sonoro.

Serviço:
Bate-papo e pocket-show com Armandinho
Terça-feira (29 de abril), às 19h30
Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação (av. Sete de Setembro, 2775, Centro, loja 1108, telefone 41-3330-5118)
Entrada franca