Arícia Mess lança clipe e apresenta novo CD em SP

O canto, as canções, o suingue e a atitude de Arícia Mess em cena têm uma força transcendental e um poder de arrebatamento que vem de princípios afro-indígenas, das mulheres brasileiras ancestrais dela (“muito simples e ricas de alma e de sabedoria”) às quais dedica seu segundo álbum, “Onde Mora o Segredo”. “Black Is Beautiful” – ela canta com raça no clássico de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, do repertório de Elis Regina (1945-1982). A versão de Arícia ganhou videoclipe dirigido pela dupla de cineastas Gabi Brites e Carla Meirelles. O lançamento é hoje no Estúdio Emme, seguido do show com o repertório do CD, no projeto Tutu Recebe, do DJ Tutu.

Acompanhada de João Paulo Deogracias (baixo), Maurício Caruso (guitarra), Bruno Silveira (bateria) e Carlos Trilha (teclados), Arícia recebe como convidados os compositores/ músicos Leo Cavalcanti (que também participa do CD em “Clariô”) e André Abujamra, além dos percussionistas Dalua e Jota Erre.

O álbum, coproduzido, arranjado e masterizado por Arícia, Trilha e Fernando Morello, surgiu da experiência da cantora e compositora com os músicos no palco, dez anos depois do promissor álbum de estreia, “Cabeça Coração”. “Aquele primeiro era um disco de estúdio, este veio do show”, distingue a cantora. Fluminense de Niterói radicada em São Paulo, Arícia diz que essa disposição de “experimentar” é mais paulista.

Além do fato evidente de que Arícia evoluiu, a diferença no apuramento é notável nas canções, que foram bastante curtidas antes de ser gravadas ao vivo no estúdio. Na contramão das ações imediatistas, Arícia fez questão de esperar o tempo necessário para colher uma “fruta gostosa de se comer”, não sem ter de lutar contra a ansiedade e o receio de não conseguir realizar outro álbum que a satisfizesse. “Esses dez anos foi o tempo que tive de esperar. Poderia ter gravado um disco de qualquer maneira, mas queria que fosse bacana.”

Sem compromisso com o mercado, combinando “querer e poder”, com a “força que vem do chão, das raízes” de suas ancestrais, Arícia assina várias parcerias com Suely Mesquita, gravou também uma canção dela com Pedro Luís (um de seus grandes admiradores), “Interesse”, que já canta há uns 15 anos, feita para ela. Entre elementos radiantes do candomblé, de afro-beat, do jongo e do funk/soul, com sonoridade contemporânea, em que o orgânico harmoniza com o eletrônico, Arícia trouxe a pujança do “Preto Velho” (Marcus Cabeção) e de Oxum (na boa lembrança de “Dengue”, de Leci Brandão, lançada décadas atrás por Zezé Motta).

No repertório do show, além das canções de “Onde Mora o Segredo”, ela canta outras do primeiro, como “Dança do Coração” (Arícia/Pedro Luís/Luce) e “O Homem dos Olhos de Raio-X” (Lenine). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Arícia Mess – Estúdio Emme (Avenida Pedroso de Morais, 1.036, Pinheiros). Telefone (011) 2626-5835. Hoje, às 21 horas. R$ 30.

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