Literatura

Argentinos celebram centenário de Adolfo Bioy Casares

Nesta segunda-feira, 15, os argentinos fazem homenagem ao escritor Adolfo Bioy Casares (1914- 1999) em diversas cerimônias em todo o país, de forma a recordar o centenário de seu nascimento. Entre as principais, o autor de Diário da Guerra do Porco está sendo o foco de lançamentos de edições de bolso da maior parte de seus livros. O público também conta com suas Obras Completas, reunidas pela editora Emecé, o que evidencia sua condição de um dos mais importantes escritores da história literária argentina.

Além disso, a obra de Bioy Casares está sendo debatida desde esta semana, até segunda-feira, em diversas jornadas de conferências na Biblioteca Nacional de Buenos Aires que reúnem os principais intelectuais da área literária argentina.

Além da obra literária de Bioy Casares, o escritor também será homenageado por seus trabalhos fotográficos com uma exposição no Centro Cultural San Martín, a partir do dia 28 deste mês, que mostrará uma faceta quase desconhecida do autor, a de fotógrafo. Nesta atividade, Bioy Casares, além de retratar a família, fez fotos da nata cultural portenha durante décadas.

Os livros de Bioy Casares – um portenho do bairro da Recoleta – também podem ser encontrados nas centenas de sebos espalhadas pelos bairros de Buenos Aires. No entanto, os livreiros têm dúvida em qual estante colocar seus livros, já que sua obra conta com policiais e realismo fantástico, além dos diários. Eventualmente ele também aparece na seção de Ficção Científica.

Em 1990, Horacio Moreno, presidente do Círculo Argentino de Ficção Científica e Fantasia, deu a Bioy Casares o prêmio à trajetória. O autor de A Invenção de Morel – uma obra premonitória dos anos 1940 sobre as projeções holográficas -, que nunca havia se autorrotulado, agradeceu rindo: “Obrigado, há 60 anos, eu suspeitava que estava fazendo ficção científica”.

FRASES DE ADOLFO BIOY CASARES – ENTREVISTA AO ‘ESTADO’ EM 1997

“A literatura é um abismo de imagens inexistentes”

“Não creio ser indispensável tomar um sonho por realidade, nem a realidade por loucura”

“Enquanto faço a barba, conto uma história para mim mesmo; depois, conto a história a uma amiga e observo sua reação”

“A literatura é uma dama muito exigente”

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