O grupo canadense Arcade Fire traz para o Lollapalooza Festival, sem sombra de dúvida, seu show mais grandioso. É o mais eufórico, de envolvimento mais festivo e imediato da parte da plateia, com momentos engenhosos (como na hora em que falsos músicos interagem com a audiência enquanto os de verdade ficam ocultos).
Com a adição de dois percussionistas, um toque meio Olodum, eles abrem com a batida disco da canção tema de Reflektor, com um homem espelho que vem caminhando pelo meio do público. É como se fosse um carnaval vienense com um certo acento creole, com seus acordeons, xilofone e rabecas.
Essa ‘rave’ do Arcade Fire tem um responsável, admite o baterista do grupo, Jeremy Gara: o produtor James Murphy (do LCD Soundsystem), que burilou as canções do disco mais recente da banda. “Provavelmente, quando nós o procuramos, já tínhamos 70% do disco pronto. Mas somos grandes fãs do seu trabalho, nós o deixamos inovar, colocar surpresas. Concordo que ficou muito parecido com o que o LCD Soundsystem faz, mas também há canções que estão muito mais próximas do velho estilo do Arcade Fire”, disse Gara, em entrevista por telefone ao jornal O Estado de S.Paulo.
O grupo toca 17 canções no show, incluindo hábeis referências ao som dos colegas que estrelam o Lollapalooza. Há trechos de Temptation, do New Order, no meio de Afterlife, e pedaço de Wave of Mutilation, dos Pixies, no meio de Intervention. Em Sprawl II (Mountains Beyond Mountains), a música eletrônica domina, com execução do remix de Damian Taylor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.