Apresentadora completa 10 anos à frente do Sem Censura

Apesar de lembrar com saudade da época em que comandava o Jornal Hoje da Globo, Leda Nagle não trocaria o Sem Censura, da Rede Brasil, por nada. Há dez anos à frente do programa de entrevistas, que completou 20 no último  mês de julho, a apresentadora se identifica com o formato e a liberdade editorial que possui. Aliás, "poder" que ela não tinha na emissora de Roberto Marinho. Tanto que topou ir para a tevê educativa justamente pelo fato de colocar no ar o entrevistado que quiser. "Não é pelo poder não. Mas assim consigo fazer um programa melhor e o deixo mais com a minha cara", explica Leda.

Embora não pudesse escolher seus convidados na Globo, as memórias de suas entrevistas mais marcantes são de lá. No telejornal, a jornalista ficou frente a frente com Pelé, Tom Jobim e Caetano Veloso, por exemplo. Mas a jornalista tem especial carinho pela entrevista que fez com o poeta Carlos Drummond de Andrade. "Ele nunca havia falado para a tevê. Além disso, ao convidá-lo não precisei me identificar ao telefone. Ele já me assistia. Quase desmaiei de felicidade", derrama-se.

 "Felicidade" mesmo para Leda é a oportunidade de abordar qualquer assunto no Sem Censura. Para sempre ter boas pautas, assim que acorda ela trata de ler cinco jornais. Até porque não quer deixar passar em branco nenhuma notícia "quente". Isto porque acredita que o programa é um dos poucos espaços abertos para se falar de qualquer tema sem restrições. Aliás, a única censura que a apresentadora faz é na hora de falar a idade. "Segredo. Parei nos 36 anos…", desconversa.

P – Nesses dez anos de Sem Censura, o que você acha que imprimiu de diferente da antiga apresentadora Lúcia Leme?

R – Antes, o programa tinha um perfil muito carioca. Tanto que eu pensava que ele era local. Mas quando comecei a ler os e-mails percebi que chegavam de todas as partes do Brasil. Então, acho que conferi um caráter nacional ao programa. Passei a abordar assuntos que interessassem a telespectadores de todo o país e comecei a oferecer mais reportagens de esporte, moda e comportamento.

P – O programa sempre apresenta um leque amplo de entrevistados. Qual é o critério?

R – Os entrevistados são escolhidos com cuidado, para que as discussões sejam sempre diversificadas. Todos os dias têm alguém de uma área inesperada, contando uma história, nos ensinando, nos alertando. E, quase sempre, pessoas de áreas mais "comuns", como medicina, advocacia, política e esporte. A gente pauta pelo conhecimento que a pessoa tem no assunto proposto. E a regra do programa manda "é proibido chatear o telespectador". Esse é o nosso norte.

P – Não vai ficar nervosa nem quando for entrevistar seu filho Duda Nagle, o Radar de América, no programa?

R – Aí, eu vou ficar tensa. Tem até uns telespectadores que me pedem para trazê-lo. Mas não sei se estou preparada e nem sei se ele está. Vou ficar nervosa ao entrevistá-lo e nervosa quando ele for responder a pergunta. O entrevistado sempre nos surpreende. Espero que um dia eu faça essa entrevista, vou gostar de fazer. Aliás, vou gostar mais quando ela acabar.

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