O aposentado Hélio Vernier, 73 anos, mal sabia quem era Abelardo Barbosa quando ganhou o apelido de Chacrinha. Então motorista de ambulância, sequer tinha um aparelho de TV em casa quando a semelhança física entre ele e o Velho Guerreiro começou a chamar a atenção da família e dos amigos. Também nunca imaginou que fosse interpretar o comunicador no especial Por Toda Minha Vida, da Globo, que vai ao ar nesta quinta-feira (24), às 23h30.
“Tenho esse apelido faz mais de 30 anos. Até hoje não me acho parecido com ele, mas todo mundo acha. Se você perguntar no meu bairro ‘viu o Hélio?’, ninguém vai saber. Se perguntar ‘viu o Chacrinha?’, até os cachorros vão latir querendo responder”, brinca.
O paulistano do Ipiranga virou Chacrinha há 16 anos. O programa Hot Hot, do SBT, promovia um concurso de sósias e sua mulher o influenciou. “Estava me aposentando e ela achou que a gente podia ganhar um dinheiro”, fala. Deu certo. “Sempre dirigi o carro dos outros. Comprei o meu primeiro carro depois que virei Chacrinha.
Foi assim que Vernier virou “cover” oficial do comunicador, morto há 20 anos. Seu palco costuma ser em festas de fim de ano de empresas. Um show custa R$ 1.200. O roteiro é simples, parecido com o que o verdadeiro Chacrinha seguia na TV. Ele sobe ao palco diante de quatro jurados (normalmente, funcionários do contratante). E cantores amadores se aventuram a cantar após escutar bordões como ‘vai cantar o que, meu filho?’
O artista entrega que aprendeu a ser Chacrinha mais com a ajuda dos amigos do que vendo o mito. “Mas, para fazer o programa tive aulas com um professor que a Globo colocou à minha disposição por 17 dias.”