Nem parece, mas já se passaram dez anos desde que “Last Nite”, de uma então banda novata de Nova York, explodiu nas rádios de todo o mundo. Com jeito despojado, de garotos sujos tocando seus instrumentos de maneira despretensiosa, a música alçou o quinteto nova-iorquino ao topo do mundo. Nesse tempo, muita água passou por baixo de uma ponte chamada The Strokes. Depois de um recesso de cinco anos, sem um som novo de estúdio, foi lançada ontem, às 17h35, “Under Cover of Darkness”, no site oficial da banda (www.thestrokes.com). A faixa está disponível para download por 48h. No iTunes, loja oficial da Apple, a música poderá ser comprada a partir do dia 15.
“Under Cover of Darkness” é a segunda faixa do quarto disco da banda, “Angels”, com lançamento previsto para 22 de março deste ano. E os fãs podem ficar despreocupados. A nova canção dos Strokes mantém o padrão de qualidade. A voz de Julian Casablancas continua impecavelmente gritada, as guitarras de Nick Valensi e Albert Hammond, Jr. estão com ainda mais riffs, em alguns momentos até dançantes. Nikolai Fraiture faz o trabalho sujo no baixo, mantendo o peso, enquanto o baterista brasileiro dá as mudanças de andamentos necessárias para manter a música animada. O refrão “Don’t go that way / I wait for you”, pouco antes de uma virada de Moretti, gruda na cabeça. É difícil parar de cantarolar. Como nos velhos tempos.
Desde o início da banda, em 1998, Julian Casablancas chamou a atenção pelo estilo desafinado de cantar, um aprendiz de Stephen Malkmus, do Pavement. Alguns podem dizer que combinava perfeitamente com as guitarras aceleradas, baixo e bateria bem marcados. O lançamento do álbum “Is This It” colocou os Strokes como uma das maiores bandas dos anos 2000 – se não a melhor. Dois anos depois, foi lançado o segundo álbum, “Room on Fire”. Novamente, uma porrada musical. Os singles “12:51” e “Reptilia” – se não causaram tanto impacto – mostraram uma banda mais madura. Quando o terceiro e, até então, último disco foi lançado, uma faceta mais adulta da banda veio à tona. As músicas de “First Impressions of Earth” ganharam mais peso e elementos sonoros.
Veio, então, a parada. Em 2007, foi anunciado o recesso. Cada integrante foi para um lado. Havia uma reclamação geral de que Casablancas era muito ditatorial nas composições. Mas se nos outros três discos quase tudo era creditado a Casablancas, dessa vez o processo de criação foi totalmente democrático. Talvez por isso tenha demorado tanto. Mas, ainda assim, não deixou de ser tão… Strokes. Ainda bem. As informações são do Jornal da Tarde.