O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. Os shows tiveram início em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março.

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E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra, congas e shake), Rodrigo Amarante (guitarra, garrafa e pandeirola), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.”

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No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow -, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

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A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina.

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico.

“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele.

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta.

LOS HERMANOS

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.