Após Alma Gêmea, Flávia Alessandra quer mais desafios

Ela foi má, foi dissimulada, foi vingativa. Ainda assim, colheu os frutos no fim. Na pele da Cristina, vilã-mor de Alma Gêmea, Flávia Alessandra roubou boa parte das cenas das quais participou e, juntamente com o enorme sucesso da novela, teve sua atuação saudada de forma unânime. Ao longo dos quase nove meses em que a trama de Walcyr Carrasco esteve no ar, sua personagem oscilou da doçura à ira, do desamparo às raias da loucura, revelando uma extensão dramatúrgica até então escondida por personagens mais "boazinhas". "Eu estava querendo mudar e o personagem é maravilhoso. Acho que a Cristina vai marcar a minha carreira", acredita.

A atriz parece não ter estranhado o "lado negro" da interpretação. Ao contrário, a oportunidade de fazer uma vilã, somada a um sucesso da trama que superou qualquer expectativa – manteve média de 38 pontos, com 61% de "share", e picos de 43, com 64% de "share" -foi, para ela, a razão da grande repercussão em torno da personagem. "A gente não esperava tanto sucesso", confessa. O destaque que Alma Gêmea trouxe para a atriz, no entanto, teve seus efeitos colaterais. Especialmente no que diz respeito às reações por vezes intempestivas de alguns telespectadores. "Não chegaram a me bater, mas é doido como as pessoas ainda confundem", diverte-se.

 Se não chegou a apanhar na rua por causa das maldades cometidas por sua personagem, Flávia Alessandra não pode dizer que saiu incólume da novela. Foram muitas as cenas de briga ou de confusão que acabaram deixando na atriz hematomas ou arranhões. Houve até uma cena de incêndio onde ela, mesmo com medo, teve de interpretar um momento de loucura de Cristina, que gargalhava em meio às chamas. "Eu tive vários machucados. As cenas de briga são muito difíceis de serem gravadas e a gente quase não usou os dublês", explica.

 O esforço, contudo, valeu a pena. Além do sucesso da novela e do reconhecimento por sua atuação, Flávia Alessandra garante que vai sentir falta dos companheiros de trabalho. A atriz cita, por exemplo, o bom-humor do diretor da novela, Jorge Fernando, que, mesmo nos momentos de cansaço da equipe, injetava nos atores uma energia extra. A dobradinha com Ana Lúcia Torre, que na trama fez a Débora, mãe de Cristina, também vai deixar saudades na atriz. Para ela, o trabalho com atores com a experiência da Ana Lúcia é sempre enriquecedor. "Eu já tinha sido filha dela em A Indomada. E como eu sou abusada e dou palpite, a gente trocou muito", avalia.

 Com o fato de Alma Gêmea ter sido "esticada" em mais de um mês, o desgaste de todos os integrantes do elenco e da produção da novela é evidente. Em função disso, a atriz já planejou merecidas férias de um mês, tão logo termine sua participação nas gravações da trama. O restante do primeiro semestre será dedicado a estudar textos para uma montagem teatral a ser feita no segundo semestre. Mesmo animada com a possibilidade de voltar aos palcos, Flávia admite que, no momento, não consegue pensar em outra coisa além de recarregar as baterias. "Eu estou cansada, até porque a gente se planeja para trabalhar até uma data e isso muda. Apesar de o trabalho ter sido muito prazeroso, uma hora bate o cansaço", desabafa.

 Depois da experiência com uma personagem repleta de possibilidades como a Cristina, Flávia Alessandra espera poder ser convidada para papéis mais "apimentados" que as mocinhas às quais se acostumara. No teatro, no cinema ou na televisão, a atriz pretende diversificar ainda mais sua coleção de tipos. Passado o período de descanso e mesmo que esteja de fato no teatro, ela se diz aberta a qualquer convite para outra trama. Até porque, com a disputa por elenco atualmente travada nos bastidores da Globo e com a capacidade profissional que a atriz reforçou em Alma Gêmea, ela acredita estar pronta para qualquer papel. "Quero fazer comédia, a feia, a louca… Não quero que me digam que eu não encaixo em determinado papel, a não ser por meu biotipo", sentencia.

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