Aos 47 anos de carreira, Walter Breda consegue mais projeção na tela

Foi longo o caminho de Walter Breda. Aos 57 anos de idade e com 47 de carreira, pela primeira vez o ator vive um papel de maior projeção em uma novela. Graças ao carismático Seu Gomes, de América, Walter tem visto sua rotina ser alterada com o maior assédio dos fãs nas ruas. Humilde, ele credita muito dessa exposição ao próprio personagem, um tipo popular, autêntico representante dos subúrbios. "O suburbano é um elemento que existe em todas as culturas. É um personagem com características muito definidas, muito marcantes. É um prato cheio para qualquer ator", define.

Até chegar a um papel de destaque, no entanto, a caminhada foi árdua. Com dez anos de idade, o ator pernambucano já dava seus primeiros passos na profissão. Desde então foram inúmeros papéis no teatro, no cinema e na televisão, onde participou de produções como Os Maias, Presença de Anita, e O Quinto dos Infernos. Versátil, Walter Breda orgulha-se de sempre ter trabalhado como ator, qualquer que fosse o trabalho. "Eu comecei fazendo radionovela, lá em Pernambuco. Já na década de 70, vim para o eixo cultural entre o Rio e São Paulo. E sempre trabalhei na área, fazendo de tudo um pouco. Faço dublagem, locução, comerciais, teatro, cinema…", relaciona.

P – Como está sendo viver o Seu Gomes?

R – Está sendo uma experiência maravilhosa. É o primeiro papel grande que eu faço na Globo, do começo ao fim, que entra em todos os capítulos. Eu estou muito contente com o Seu Gomes. E é um personagem que a Glória Perez me deu de bandeja. A terminologia, o comportamento, tudo veio da Glória. Eu fiz muito pouca pesquisa. Não quis mexer muito, porque já estava tudo pronto. Então, preferi não enfeitar muito, apenas realizar o que estava escrito. O mérito é todo da autora.

P – Onde buscou inspiração para fazer um personagem tipicamente suburbano?

R – Eu sou pernambucano mas moro em São Paulo há quase 35 anos. Então, hoje eu sou menos pernambucano do que qualquer outra coisa. E o papel não teve grandes dificuldades. Como já disse, a Glória me deu um personagem de bandeja, que já estava pronto. No começo da novela houve um trabalho com o Jayme Monjardim, que era o diretor-geral, através do qual ele me ajudou muito a entrar no tom exato da televisão. Porque eu sou um ator essencialmente de teatro, onde as coisas são maiores, as expressões são maiores. Na tevê as coisas têm que ser mais contidas.

P – O Gomes agora está com um problemão, com o súbito aparecimento de um filho. Como você acha que reagiria em uma situação semelhante?

R – Eu, Walter Breda, acho que teria um comportamento diferente. Eu procuraria fazer as coisas mais explicadas, mais corretas. Mas artifícios como esses são truques de dramaturgia. Esses conflitos servem para suscitar o debate. Para mim foi uma surpresa a condição atual do Gomes. Mas esses truques fazem parte do jogo, da dramaturgia, da televisão. E é interessante, é uma surpresa bem-vinda e, sem dúvida, enriquece o personagem.

P – Essa maior projeção mudou muito a sua vida?

R – Muda bastante, você fica mais exposto. Andar na rua já é diferente, ir ao supermercado já é diferente. Você é parado a toda hora, as pessoas pedem para fazer foto com você. Mas é legal, o ego fica mais cheio.

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