Danielle Winits: ?As personagens são sensuais, mas diferentes?. |
Quando teve de optar por um nome artístico, Danielle Winitskowski não teve dúvidas. Abreviou o impronunciável sobrenome de origem russa e adotou simplesmente Winits. A ascendência eslava parece ainda mais distante quando a atriz esbanja sua recente morenice em Kubanacan. Na novela de Carlos Lombardi, Danielle Winits interpreta a conflitada Marisol. Uma mulher sonhadora e ambiciosa, que foge da aldeia de pescadores onde sempre viveu para tentar uma vida nova na capital. “A mudança física foi necessária porque ela é uma mulher simples, que cresceu na praia, pegando sol e com os pés no chão. Não tinha como ser uma lourinha delicada”, explica a atriz.
Em comum com a extensa lista de loiras voluptuosas que já encarnou na telinha, a primeira personagem morena de Danielle tem um forte apelo sensual. De fato, Marisol não deixa nada a dever para a exuberante Tatiana, de Uga Uga, a estabanada Alicinha, de Corpo Dourado, e a atrevida Diana, de Cara & Coroa. Muito menos às composições de época – como a vedete Suzette, de Chiquinha Gonzaga, e a cortesã Manoela, de O Quinto dos Infernos. Para Danielle, contudo, a diferença vai muito além da cor da pele ou das madeixas. “A Marisol é mais dramática e madura. A primeira mãe que interpreto na tevê”, valoriza a atriz de 29 anos.
A considerar os elogios que vem recebendo por sua atuação, Danielle começa a conquistar a maturidade artística. Em boa hora. Afinal, a atriz completa 10 anos de televisão – sua estréia foi em Sex Appeal, em 93 -, contabilizando oito novelas e quatro minisséries no currículo, fora participações especiais. “O trabalho do ator é um aprendizado permanente. Um pouquinho a cada dia. Mas cada personagem é um mergulho no escuro, que pode dar certo ou não. A diferença é que a experiência diminui o risco de errar o tom”, filosofa.
P – Em dez anos de carreira, todos as suas personagens na tevê tiveram um forte apelo sensual. A Marisol de Kubanacan também é assim. Essa reincidência não a deixa restrita?
R – Não. Na minha leitura, as personagens podem ser sensuais, mas são muito diferentes. Uma dançarina de cabaré, uma aprendiz de policial, uma garota de praia… São personagens de universos diferentes que têm um componente sensual que é da própria mulher. A mulher é sensual por natureza. Isso não me agride de forma nenhuma. Só me leva a ter de criar mais elementos. Na verdade, a sensualidade é a única coisa que minhas personagens têm em comum. A Manoela de O Quinto dos Infernos, por exemplo, era movida pela vingança, a Alicinha de Corpo Dourado era meio enlouquecida e engraçada… O ator é quem faz os personagens. Levo humanidade aos papéis e não só o estereótipo sensual.
P – E você se considera sensual?
R – Para ser sincera, não me acho uma mulher sensual. Acho que sou engraçadinha! Me cuido bastante porque minha imagem é meu trabalho. As pessoas têm uma imagem minha de mulher moderna, sensual, fatal, por causa das personagens. Na vida real, sou muito mais pela espontaneidade do que pela máscara da sensualidade. Acho que a espontaneidade é a melhor arma de sedução. Mas a gente aprende a lidar com a sensualidade no trabalho, quando necessário, e procuro tirar de mim o melhor nesse sentido.