Antes do início dos desfiles, presença do prefeito do Rio na Sapucaí é incógnita

A presença do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca, na noite deste domingo, segue uma incógnita. No fim da tarde de sábado, Crivella postou um vídeo numa rede social em que diz que não sabe sambar, mas sabe trabalhar. Procurada, a assessoria de imprensa do prefeito não retomou o contato nesta noite de domingo.

O vídeo foi postado às 18h09 de sábado, na conta de Crivella no Facebook. O prefeito aparece ao lado do secretário municipal de Conservação e Meio Ambiente, Rubens Teixeira da Silva, e diz aos espectadores estar num trecho da Avenida das Américas, entre o Recreio dos Bandeirantes e Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Nas imagens, Crivella aponta para um desnível na pista expressa e diz que a prefeitura vai reparar o asfalto.

“Vamos corrigir essa falha e outras falhas, porque o prefeito está fiscalizando pessoalmente a cidade”, diz Teixeira da Silva, que parece estar segurando o celular, com a câmera no modo “selfie”. “Hoje é sábado de carnaval. A gente não sabe sambar, mas sabe trabalhar”, completa Crivella. Até pouco depois das 21 horas deste domingo, o vídeo tinha 361 mil visualizações, 17 mil “curtidas” e 5.677 compartilhamentos.

Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e senador da República, Crivella tem evitado responder sobre sua agenda durante o carnaval desde sua posse como prefeito, no início de janeiro. A prefeitura chegou a admitir que ele poderia viajar, quebrando uma tradição dos prefeitos do Rio durante a mais popular festa da cidade.

Na sexta-feira, Crivella já quebrou uma tradição do carnaval carioca. Todos os anos, na véspera do início oficial da folia, o prefeito do Rio entrega simbolicamente as chaves da cidade ao Rei Momo, que passa a ser a “autoridade máxima” do município. Com o gesto, é declarada oficialmente aberta a folia carioca. Agendada para as 18 horas de sexta-feira, dia 24, a entrega foi feita pela secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, mas somente após as 20h30.

Durante todo o dia, a prefeitura foi procurada por telefone para dar informações sobre a “cerimônia de transmissão”, mas não atendeu às ligações – na sexta-feira, foi ponto facultativo nas repartições públicas do Rio. A Riotur, órgão de promoção do turismo e responsável pela organização do carnaval, informou não ter detalhes sobre o evento, tampouco confirmou a presença de Crivella ou de outro representante dele.

A incerteza sobre o evento deixou esperando a imprensa, músicos da banda da Guarda Municipal e integrantes do Instituto Cultural Candonga, entidade que é guardiã da chave no intervalo entre os carnavais. “Fomos chamados para o evento às 18 horas, mas ninguém nos disse quem vai entregá-la ao Rei Momo”, disse Maria Cristina Silva de Jesus, presidente do Instituto Candonga, antes da chegada de Nilcemar e, finalmente, da realização do evento.

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