Organizado pelo premiado diretor paranaense Geraldo Pioli, o Ciclo de Debates ?Clássicos do Cinema Brasileiro? promoverá sessões na última segunda-feira de cada mês, com a participação de nomes de destaque na área do cinema. Ao longo do ano, a programação do ciclo apresenta filmes marcantes, entre eles ?Limite? (1930), de Mário Peixoto; ?O Assalto ao Trem Pagador? (1962), de Roberto Farias; ?Cabra Marcado para Morrer? (1964 ? 1984), de Eduardo Coutinho; e ?O Bandido da Luz Vermelha? (1968), de Rogério Sganzerla.
O diretor
O cineasta Anselmo Duarte, convidado para inaugurar o Ciclo de Debates da Cinemateca de Curitiba, tem participação decisiva na cinematografia brasileira. Nascido em Salto (SP), no dia 21 de abril de 1920, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1942, depois de ler um anúncio de Orson Welles selecionando pessoas para o filme ?It?s All True?, no qual estreou no cinema.
Como ator, Anselmo Duarte trabalhou em dezenas de produções, entre elas ?Um Pinguinho de Gente? (1949) ? quando recebeu o prêmio da ?Revista A Cena Muda? de melhor ator ?, ?As Pupilas do Senhor Reitor? (1960), ?O Caso dos Irmãos Naves? (1967), ?A Madona de Cedro? (1968), ?Independência ou Morte? (1972), ?Paranóia? (1976) e ?Brasa Adormecida? (1986).
A atuação de Anselmo como diretor teve início em 1957, com ?Absolutamente Certo?, seguido pelo ?O Pagador de Promessas? (1962), que recebeu cinco prêmios internacionais, entre eles a Palma de Ouro em Cannes (França), e foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Na extensa relação de filmes que dirigiu, estão ?O Crime de Zé Bigorna? (1977), ?O Descarte? (1973), ?Um Certo Capitão Rodrigo? (1971), ?Quelé do Pajeú? (1969) e ?Vereda de Salvação? (1964), todos exibidos comercialmente no exterior.
O filme
Adaptação de uma peça de Dias Gomes, o filme retrata a saga de Zé do Burro (Leonardo Villar). Vivendo com a mulher, Rosa (Glória Menezes), em uma pequena propriedade próxima de Salvador, Zé tem seu burro de estimação atingindo por um raio. Para salvar o animal, ele vai a um terreiro de candomblé e faz uma promessa a Santa Bárbara. Com o restabelecimento do bicho, o homem põe-se a cumprir a promessa: doa metade de seu sítio e começa uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a ?via crucis? de Zé torna-se ainda mais angustiante ao ver sua mulher envolver-se com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey), além de encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo), a negar-lhe a entrada na igreja pela razão de Zé ter feito sua promessa em um terreiro de candomblé.
Serviço
Cinemateca de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 1.174)
Ciclo de Debates ?Clássicos do Cinema Brasileiro?
Dia 27.03.06 (segunda-feira), às 19h
Exibição do filme ?O Pagador de Promessas? (1962), com a presença do diretor Anselmo Duarte
Entrada franca