Animação ganha mostra no CCBB do Rio

O Centro Cultural Banco do Brasil inaugura nesta segunda-feira (04), em sua sede no centro do Rio de Janeiro, a exposição “Movie-se – No Tempo da Animação”, uma mostra que recria o imaginário do gênero e traz suas linguagens, personagens marcantes e evolução. Mais de cem obras criadas nos últimos 160 anos permitirão ao público explorar, de forma dinâmica, a história e o futuro da animação, mostrando sua influência na cultura global contemporânea.

Idealizada pelo Barbican Centre, de Londres, um dos principais centros de arte europeia, a exposição passou pela Inglaterra, Canadá e Taiwan antes de chegar ao País. “A animação é uma forma de arte muito popular no Brasil, e sabíamos que iríamos encontrar uma audiência apaixonada aqui”, disse Patrick Moran, gerente de exibições do Barbican Centre, no Rio para acompanhar a montagem da mostra.

O início da exposição funciona como um labirinto, por onde o público caminha em busca de imagens que transmitem o fascínio pelas possibilidades ilimitadas da animação. Para Ania Rodriguez, coordenadora desta edição brasileira da mostra, o espaço se propõe a criar uma atmosfera para que o espectador experimente uma sensação de descoberta. “A pessoa vai se guiar meio intuitivamente, tal como ocorre no início de tudo, seja o cinema, seja a fotografia, guiando-se a partir de testes, de acertos e desacertos.”

Apresentada como uma experiência afetiva, a mostra trará personagens icônicos, como a Betty Boop de Max Fleischer, o Mickey Mouse dos estúdios Disney e o fenômeno japonês Astro Boy, de Osamu Tezuka. Entre os destaques está “Gertie, a dinossauro”, criada em 1914 pelo cartunista americano Winsor MacCay, que três anos antes havia inaugurado o traço lúdico da animação com o curta “Little Nemo Moving Comics”. Na época, MacCay apostou com amigos que poderia “trazer os dinossauros de volta à vida”. Seis meses depois, venceu a aposta, ao desenhar à mão e fotografar 10 mil ilustrações para criar a ilusão de um dinossauro em movimento.

A mostra não se dedica somente ao mundo do entretenimento. Uma série de trabalhos mais autorais e subversivos também integra a exposição, como os filmes “A de Autismo” (1992), de Tim Webb, e “In Absentia” (2000), dos irmãos Quay. E há espaço para experimentações. Uma das seções é dedicada à metalinguagem, reunindo obras de artistas de vanguarda. “São trabalhos que lidam com a própria estrutura da obra, como edição, cor, movimento, que vão fazendo uma pesquisa do DNA da animação”, diz Ania. “É um trabalho mais de autorreflexão quanto ao processo da animação.”

Embora a mostra original não traga representantes do Brasil, foi montada uma seção paralela, em homenagem à animação brasileira. Uma valiosa adição à exibição, segundo Patrick Moran. “Algo que encorajamos em todos os países que visitamos é mostrar suas referências às raízes históricas dessa mídia e às produções atuais, porque esta é uma forma de arte global.” A exposição é gratuita e vai até o dia 7 de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo