Veterano da Disney, Eric Goldberg diz que uma das principais funções de um festival de cinema de animação é apontar talentos, revelar e oferecer ao público produções que estão longe do circuito comercial de filmes da Disney – e o Anima Mundi 2014 busca cumprir esta tarefa.

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Dos consagrados Goldberg e Bob Balser ao talento único do animador brasileiro Céu D’Ellia, a lista de convidados desta edição abre janelas e cabeças sobre a tradição e as novas tendências do formato. No Papo Animado, Balser, um dos diretores do clássico Yellow Submarine, conversa com o público na quarta, às 20 horas, no Espaço Itaú de Cinema Augusta.

Além de contar sobre sua experiência no mercado de animação europeu, o americano revela curiosidades dos bastidores de uma das mais bem sucedidas animações para adultos da história. “Tenha sempre um roteiro. Não faça como nós, que começamos um longa sem ter antes uma história definida. Isso porque, como era um filme dos Beatles, sabíamos que ia ser um sucesso. Mas se tivéssemos trabalhado melhor a história antes de começar a animar as canções, o trabalho teria sido muito mais simples”, aconselhou ele ao público que lotou a Fundição Progresso, no Rio, na última quinta. Em São Paulo, antes do papo com Balser, Yellow Submarine tem sessão no Espaço Itaú, às 18 horas.

Já para quem quer conhecer mais do trabalho de Céu D’Ellia, o Papo Animado de sexta, também às 20 horas no Espaço Itaú, é a pedida certa. Além de falar de seu traço nada convencional, que lhe garantiu prêmios pelo mundo, o diretor vai comentar projetos como Um Conto Americano – Fievel Vai para o Oeste. Produção dirigida por Steven Spielberg em 1989, o longa marcou o início da carreira internacional de D’Ellia. Durante o papo, ele vai falar de como trabalhou na animação da ratinha Tanya, a irmã de Fievel. Mas é a profunda interação do animador com o meio ambiente um dos grandes destaques de sua obra.

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D’Ellia desenvolveu projetos e pesquisas sobre o meio ambiente e foi um dos criadores, em 2009, do NUPA (Núcleo Paulistano de Animação). Para quem quer conhecê-lo melhor, uma seleção de seus trabalhos será exibida na sexta, às 20 horas, no Espaço Itaú de Cinema.

Suíça

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Outro destaque é a homenagem ao novo cinema suíço. Além de uma seleção de dezenas de curtas de diversos diretores do país, o Anima Mundi levou ao Rio o diretor Fred Guillaume, que ao lado do irmão gêmeo Sam Guillaume, ganhou fama mundial ao fazer filmes experimentais e ao mesmo tempo populares. É o caso de Max & Co, único longa em stop motion produzido na Suíça, que levou o prêmio do público no Festival de Annecy , na França, em 2007. A dupla também assina A Noite do Urso, um curta documental que utiliza a animação para contar o drama de excluídos que vivem em um abrigo para sem tetos. “Os depoimentos são reais, mas em vez de mostrar seus rostos, queríamos mostrar os sentimentos”, comentou Fred durante o Papo Animado do Rio.

Uma sessão especial dedicada à dupla ocorre no domingo, às 15 horas, na sala 2 do Espaço Itaú Augusta, com a exibição de Max&Co. Ainda no domingo, na mesma sala, às 19 horas, será realizada a sessão Suíça Animada – Jovens Talentos. “Não há ainda uma indústria de animação suíça. Tudo ocorre por esforço e talento dos realizadores. É muito bom poder trazer nossa produção ao Brasil”, disse Fred.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.