Anderson Schneider abre exposição no Mon

O Museu Oscar Niemeyer (MON) abre hoje, às 11h, a exposição de fotografias Cicatrizes, do fotógrafo Anderson Schneider. Contrariamente ao título, a mostra Cicatrizes retrata um mundo ainda com as feridas vivas. É o Iraque do pós-guerra do fogo americano, do embargo econômico, da ditadura de Sadam Hussein, das guerras diárias de um povo que, aos olhos do fotógrafo, tem a alma pacífica. "Por incrível que pareça é um povo extremamente pacífico. Talvez, por isso tenha chegado a esse ponto."

As fotos, cerca de 40, serão expostas nas salas intermediárias ao salão principal do Olho. As salas estão sendo inauguradas como um espaço permanente para exposição de fotografias. O projeto de adaptação museográfica é do arquiteto Felipe Tassara. Para marcar a abertura dos novos espaços, o público terá entrada gratuita neste sábado, das 11h até às 15h. As fotografias poderão ser vistas até o final de fevereiro de 2005.

Todas as imagens da mostra foram trabalhadas com a dramacidade do preto e branco, o que permite ao observador ter a exata noção de um mundo, a esmaecer, encoberto por cortinas de névoa e cinza. Mais do que as expressões de dor, vazio e profunda introspecção, as imagens mostram a miséria de um povo. Crianças e ovelhas entre os arsenais de guerra, uma noiva entre escombros, é a destruição em contraste com vida que se segue. "É gente vivendo da própria sorte. É um país sem instituições. Talvez, família e religião sejam as últimas coisas que sobraram." Atuando hoje como fotógrafo independente, Schneider passou cinco semanas no Iraque, entre janeiro e fevereiro deste ano. Com mais de 2 mil imagens captadas, o autor escolheu 53 delas para fazer parte do conjunto a ser apresentado na mídia e em exposições.

Na primeira fase, o trabalho foi publicado em vários veículos de circulação nacional, como Revista Época e Correio Braziliense. Esgotada essa fase, as fotos passaram a compor as exposições. A primeira foi realizada no Teatro Nacional, em Brasília, no mês de julho. Segundo o fotógrafo, o que mais lhe marcou nesse trabalho foi constatar o que o homem pode fazer com o próprio homem. "É um retrato da estupidez humana."

Schneider trabalha atualmente em projeto para o BID. O fotógrafo está acompanhando vários projetos de cunho social que estão sendo desenvolvidos pelo banco no País. Depois de concluído, o trabalho também será apresentado em exposição, em fevereiro, em Washington.

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