Ana Botafogo: destaque de ‘Cisnes’, no Teatro Geo

Na dança, qualquer menção a cisne evoca invariavelmente O Lago dos Cisnes, obra de Tchaikovski que adquiriu ares míticos e se transformou no mais popular entre os balés. Mas a presença da ave – na dança e nas artes – vai muito além. Constatação que levou o coreógrafo Anselmo Zolla a conceber o espetáculo Cisnes.

Com a participação de Ana Botafogo e Luís Arrieta, a coreografia, que poderá ser vista nesta quarta-feira (22) e amanhã (23) no Teatro Geo, coloca em relevo o imaginário sobre essas criaturas aladas. E, nesse contexto, entrelaça momentos de balé romântico do século 19 à contemporaneidade. “Queria colocar a grande bailarina clássica brasileira, que é a Ana, em contato com outros tipos de linguagem que remetem ao mesmo tema”, comenta Zolla, diretor da Studio3 Cia. de Dança e da Cia. Sociedade Masculina, que atuam no espetáculo. “Mesclo leituras coreográficas distintas, de épocas distintas. Fui pontuando entre o clássico, o contemporâneo e trago até dança expressionista para o palco.”

Ao longo de 36 anos de carreira, Ana Botafogo já interpretou O Lago dos Cisnes em incontáveis situações. O convite de Zolla, para que representasse o cisne branco, foi inicialmente rechaçado. “Mas acabei aceitando o desafio. Ele me convenceu que não era o balé completo, coisa que já prometi que não vou mais fazer”, diz a bailarina, que continua em plena atividade. Em 2012, no Teatro Municipal do Rio, ela apresentou um programa com trechos de vários clássicos. E, em agosto deste ano, se prepara para estrear uma coreografia de Mauricio Wainrot, a partir de música de Chopin. “O Municipal buscou uma obra que tivesse um pas-de-deux especial para que eu pudesse participar”, conta.

Na primeira parte do espetáculo que Ana encena no Teatro Geo, ela interpreta A Morte do Cisne, obra-prima do compositor francês Camille Saint-Saëns, escrita em 1886.

Em duo, contracena com Luís Arrieta, artista que imprime aos seus movimentos uma direção completamente distinta, com acento contemporâneo que destoa de sua movimentação nas pontas. “Ele tem uma movimentação corporal muito especial, que é só dele”, diz ela sobre o parceiro de longa data, que já coreografou e dirigiu espetáculos anteriores da dançarina. Outro convidado especial é o alemão Olaf Schmidt, que atua como intérprete e coreógrafo. “Olaf traz a realidade dele, a sua leitura coreográfica e aquilo que vive na Alemanha”, pontua Zolla.

CISNES – Teatro Geo. Rua Coropés, 88, Pinheiros, 3728-4929/ 3728-4930. 4ª e 5ª, 21h. R$ 40.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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