“Amor?”, de João Jardim, analisa atração fatal

Paixão de trapo e farrapo, que funciona aos tapas e beijos? É mais ou menos o mote central de “Amor?”, de João Jardim, mix de ficção e documentário muito aplaudido pelo público do Cine Brasília. João parte de uma pesquisa com pessoas que viveram relacionamentos marcados pela violência física e, a partir desses casos reais, faz atores e atrizes interpretarem as histórias.

“Amor?” (assim, com ponto de interrogação) tem momentos fortes, em especial graças à atuação de intérpretes como Angelo Antonio, Júlia Lemmertz, Silvia Lourenço e outros. Com pouca variação, a situação visual buscada é monocórdia: o ator ou atriz visto de frente, às vezes de perfil, dando seu depoimento. É um filme da fala. E do rosto do ator como tela das emoções. Impossível não se identificar ou não se sentir tocado com algumas dessas falas. Falta a outras, no entanto, transcendência para que as sintamos como nossas.

Ao todo, são oito relatos, apenas um relembrando a turbulenta relação entre duas mulheres. Esse caso de amor lésbico, com todas as suas complicações, paixões e preconceitos envolvidos, é um dos que atingem maior grau de densidade emocional. Silvia Lourenço e Fabíula Nascimento interpretam o casal, mas nunca interagindo. Cada uma delas conta, em separado, sua versão da história.

Em todo caso, “Amor?” foi bem aplaudido no final, palmas que continuaram durante os créditos, quando são apresentados os intérpretes, muitos deles rostos conhecidos da televisão como Du Moscovis, Lilia Cabral e Mariana Lima. Afinal, num festival de iniciantes, foi a única oportunidade de os frequentadores do Cine Brasília aplaudirem rostos conhecidos. Os nomes dos vencedores saem hoje à noite, quando serão distribuídos os Candangos, os troféus do Festival de Brasília. As informações são do Jornal da Tarde.

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