Restos de objetos muito menores que
o Sol e que não chegam a ser estrelas
são chamados de anãs marrons.

Um grupo de astrônomos da Universidade da Califórnia (Ucla) descobriu o “elo perdido” entre as estrelas e os planetas. Os especialistas conseguiram obter impressões moleculares de uma anã marrom e vêem em pequenas estrelas desse tipo o instrumento para compreender a transformação em gigantescos planetas gasosos, como Júpiter, de estrelas de pouca massa, como as anãs marrons.

O estudo, que será publicado em 10 de outubro no “Astrophysical Journal”, revista da Sociedade Astronômica Americana, foi coordenado pelo astrônomo Ian McLean e realizado utilizando o telescópio Keck II, no observatório do Havaí.

O espectro dos raios infravermelhos das anãs marrons revela dados que se podem considerar, segundo os pesquisadores, “como impressões digitais atômicas e moleculares” dessas estrelas.

O grupo de McLean analisou o espectro de mais de 50 estrelas desse tipo para identificar suas características físicas e químicas.

As anãs marrons podem ser consideradas estrelas mortas. Têm mais ou menos as dimensões de Júpiter e, mesmo quando são maiores, não o são suficientemente para serem verdadeiras estrelas como o Sol.

Da mesma forma que o Sol e Júpiter, as anãs marrons são compostas principalmente por hidrogênio. Mas, ao contrário do Sol e das outras estrelas, elas não têm fonte de energia interna e não emitem luz visível. Por essa razão, elas possuem, para os estudiosos, todos os requisitos para serem consideradas o elo perdido entre as estrelas e os planetas.

Segundo McLean, esses corpos celestes podem ter surgido da contração de gases e pó no meio interestelar.

Difíceis de observar apesar de muitas delas estarem relativamente próximas, as anãs marrons podem ser capturadas apenas graças a seus raios infravermelhos. Por essa razão, o grupo de McLean adaptou ao telescópio do Havaí um instrumento construído com esse preciso objetivo. Chama-se Nirspec e é o mais potente espectômetro de infravermelhos do mundo.

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