Embora conte com a coprodução da produtora cearense Estação Luz Filmes, envolvida no lançamento dos longas-metragens espíritas “Chico Xavier” (2010), “As Mães de Chico Xavier” (2011) e “O Filme dos Espíritos” (2011), “Área Q”, que chega aos cinemas nesta sexta-feira, nega sua vocação doutrinária e faz uma mistura de temáticas, espiritualista e ficção científica. Com direção de Gerson Sanginitto, o filme se alterna entre Los Angeles e duas cidades do interior do Ceará, Quixeramobim e Quixadá. Vem daí, aliás, o nome da produção.
Tudo começa quando o jornalista Thomas Mathews, interpretado por Isaiah Washington, (o Dr. Burke da série “Grey’s Anatomy”, que foi demitido da atração por comentários homofóbicos contra um colega), é mandado ao Brasil para investigar casos de abdução. O sumiço de seu filho, Thomas, um conceituado repórter americano, o deixa obcecado com os desaparecimentos. Sem emprego e prestes a perder sua casa, ele aceita a contragosto ir ao Ceará apurar relatos de moradores que dizem ter visto luzes vindas de outro planeta e até sido abduzidos.
Para ajudá-lo, Thomas contrata os serviços de Eliosvaldo (Ricardo Conti), um guia turístico bem familiarizado com os casos locais. Inicialmente, Thomas se mostra cético. Então, entram em cena depoimentos de populares. O forte calor e as histórias dramáticas começam a mexer com a cabeça do jornalista. Em contraponto, surge a figura de Valquíria (Tania Khalill), uma jornalista que tenta convencê-lo de que tudo tem uma explicação científica.
Um dos casos mais explorados é o de João Batista (Murilo Rosa), um caboclo que se tornou uma espécie de santo local. Após desaparecer por vários anos, João teria voltado à cidade e, tempos depois, teria sumido novamente. A crença entre os moradores é de que teria sido levado por extraterrestres. É ele quem empresta o rosto ao ser desconhecido que aparece ao longo da trama.
Mas esqueça os ETs que pretendem dominar o mundo. Em “Área Q”, os seres de outro planeta surgem com o desejo de salvar nossa humanidade da autodestruição. Assim, promovem boas ações e curam doenças; as crianças desaparecidas, inclusive, seriam parte de seu plano para o planeta.
Para o diretor, o longa não pode ser rotulado de filme espírita, uma vez que a doutrina não tem espaço na obra. “É um filme humanista que traz elementos de ficção científica e acontecimentos paranormais. No entanto, é muito suave”, conta. E admite o cuidado em tratar de temas tão delicados: “Transitei numa linha entre o crível e o ridículo.” As informações são do Jornal da Tarde.