É bem provável que o leitor que, assim como eu, está na faixa dos 30 anos, alguma vez na vida deve ter assistido a comédia American Pie. Para quem nunca assistiu e não tem nem ideia do que se trata, a trilogia original fala sobre amigos adolescentes que enfrentam as mais absurdas situações para se dar bem, principalmente no que tange a questões sexuais. Ignorando os spin offs (bem inferiores aos longas originais), o último filme com o elenco dos três primeiros filmes foi no longínquo ano de 2003, em American Pie – O Casamento.
Pois bem, quase dez anos após o último filme, para alegria dos trintões que eram apenas adolescentes na época do lançamento do primeiro longa, Jim, Finch, Stifler, Kevin e Oz estão de volta às telas em American Pie – O Reencontro. Se você foi daqueles que riram até não poder mais, então vale a pena continuar lendo estas linhas. Caso contrário, se você não suporta nem ouvir falar do nome do longa, é melhor parar por aqui, pois o quarto filme da saga dos ex-jovens e atuais adultos não foi feito para te agradar.
Se você conhece bem os outros filmes, já sabe o que esperar. As piadas envolvendo a mãe do Stifler, as conversas constrangedoras entre Jim e seu pai, as atitudes nada convencionais e infantis de Stifler, piadas de duplo sentido, entre outros, estão lá e ganharam até uma reciclagem, ainda que haja temas um tanto quanto desnecessários, principalmente as que envolvem um humor mais escatológico.
A história do reencontro funciona. Ainda que fica aquela atitude adolescente dos personagens, eles precisam encarar a realidade de que são adultos e têm suas responsabilidades. Contudo, mesmo inserido neste “novo mundo”, eles continuam com suas inseguranças, seus sonhos e sua camaradagem. De certo modo, é tocante ver nos personagens que nem mesmo o tempo foi capaz de acabar com esta amizade, ainda que, por vezes, ela balança (geralmente graças a Stifler).
O longa não revoluciona, não será o mais engraçado que você viu na vida e ainda se vale de certas coisas um tanto quanto desnecessárias. Porém, a sensação que dá ao assistir é aquela em que você reencontra amigos que não vê há anos. Isso, por si só, já vale a entrada.
