Amar-te a ti nem sei se com carícias

Wilson Bueno, escritor e colaborador do caderno Almanaque de O Estado do Paraná, lança seu décimo livro.

“Uma imersão no crudelíssimo século 19 brasileiro, em suas ambigüidades, conchavos, em sua perversa hipocrisia e sobretudo em sua oca retórica que parece continuar guiando a vida nacional.” Assim o poeta-escritor define seu novo compêndio, sem, no entanto, perder de vista a contemporaneidade. “A rigor, em pleno terceiro milênio, ainda não nos libertamos desta coisa bacharelesca e preciosista, no pior sentido destas palavras, que foi a marca e continua sendo a sina dos oitocentos em nossa carne. E eu só poderia dizer isso através de uma paráfrase da fabulosa linguagem daqueles que em tempo pretérito ajudaram a formar a nossa “língua literária?”.

Com orelha de Aurora Bernardini, Amar-te a ti… é a reestrutura de um manuscrito, que teria sido encontrado entre os escombros de uma aristocrática casa do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Encapado em couro e assinado com as iniciais de LP, o caderno de pensamentos supostamente teria pertencido a Leocádio Prata, o advogado burguês. Mas bem poderia ser de Lavínia Prata, a menina marota e esposa do escrevinhador, ou de seu possível amante, Licurgo Pontes.

Nessas recordações, estão as desventuras de Leocádio, que vive em pleno Rio de Janeiro machadiano. Não apenas o cenário é reconstruído, mas também a linguagem da época. Para a pesquisa lingüística que empreendeu em Amar-te a ti nem sei se com carícias – um decassílabo perfeito -, o autor contou com a Bolsa Vitae um livro de 196 páginas da Editora Planeta.

O autor

Wilson Bueno, 55 anos, é paranaense. Publicou uma série de livros consagrados, como Bolero?s Bar, Manual de Zoofilia, Mar Paraguayo, Pequeno Tratado de Brinquedos, A Cavalo, entre outros. Entre 1987 e 1994, editou um dos mais importantes periódicos de cultura de Curitiba e do Brasil, Nicolau, amplamente premiado. Recentemente, Wilson Bueno, que é cronista de jornais do sul do País, foi finalista do Prêmio Jabuti por Meu Tio Roseno, apresentado por Benedito Nunes.

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