Amantes separados pela barreira do tempo

A casa do lago, que estréia amanhã nos cinemas nacionais, é uma brincadeira sobre o tempo. Agradável? Até certo ponto. Sandra Bullock é a doutora Kate Foster, que mora numa charmosa casa sob pilotis à beira de um lago, mas precisa deixá-la porque vai se mudar para Chicago. Resolve deixar uma mensagem para o próximo inquilino, dando dicas de manutenção da casa e outras amenidades. Quem seria o futuro inquilino? O arquiteto Alex Wyler (Keanu Reeves), que escolheu a profissão sob influência do pai, profissional famoso em sua área. Alex vive à sombra do pai, de quem quer se desvencilhar. Kate também tem problemas. Ela e Alex começam a trocar correspondência, mas não podem se encontrar fisicamente, pois descobrem que se encontram em tempos diferentes.

Como?, pergunta você, incrédulo. E respondo que isso até poderíamos aceitar, porque seria um pressuposto ficcional, um convite à imaginação. O problema é saber se ele parecerá crível, ou envolvente, no nosso imaginário, porque outras histórias mais cabulosas já colaram e até se tornaram célebres.

A questão aqui não será esse pressuposto da livre imaginação, mas a maneira pouco convincente como é desenvolvido. O projeto faz parte dessa fase mais comercial do talentoso diretor argentino Alejandro Agresti. Seu melhor filme ainda é Buenos Aires Vice-e-versa. De uns tempos para cá, dirigiu-se a uma linha de ação mais fácil, mas nem por isso menos envolvente como atesta o bonito Valentin, também lançado no Brasil. Mas agora seu cinema parece cada vez mais pasteurizado. Deve dar mais dinheiro. (AE)

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