Quando a reportagem chegou à casa do cantor e compositor Almir Sater na Serra da Cantareira, ele estava com o parceiro de longa data Renato Teixeira no estúdio, fazendo os últimos ajustes nas dez composições que fizeram juntos e que estarão no novo álbum Mais Ar, que será lançado em abril. “Depois da bela recepção que nosso primeiro disco teve, achamos que valeria a pena dar continuidade ao trabalho anterior”, explica o cantor assim que começa a entrevista.

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Sater se refere ao disco Ar, lançado em dezembro de 2015, que ganhou um Grammy Latino em novembro de álbum de música de raízes e concorria também na categoria de canção de língua portuguesa (perdeu para Vidas Pra contar, de Djavan).

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Mesmo sendo amigos há muitos anos e terem feito músicas juntos, como o grande sucesso de ambos Tocando em Frente, além de morarem próximos um do outro na Serra da Cantareira há mais de 30 anos, foi a primeira vez que gravaram um disco. “Nós somos amigos há tanto tempo que já temos parentesco”, brinca Renato Teixeira, que se despede do amigo para deixá-lo à vontade para a entrevista. Antes de sair, escuta de Sater uma provocação. “Eu sempre quis fazer um disco com Renato, que compõe lindamente, mas ele não deixava nada sobrando para nós com essa mania que tem de dar as canções para as cantoras gravarem”, ambos caem na gargalhada.

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O novo álbum terá o mesmo produtor musical – o norte-americano Eric Silver, que Sater conheceu no início da carreira, quando viajou a Nashville e lá gravou um disco instrumental -, os mesmos músicos e será gravado no Brasil e na capital da música country. “Hoje, com a tecnologia, podemos conversar com os músicos pelo Skype. O disco Ar foi feito dessa maneira.”

Assim como o primeiro álbum, Mais Ar vai misturar as influências que Almir Sater e Renato Teixeira carregam com eles ao longo de suas carreiras: o rock britânico de Eric Clapton, entre outros, a country music, as raízes regionais e principalmente o folk. “Durante a feitura de Ar, encontramos uma sonoridade única, que vamos colocar nesse segundo trabalho”, explica Sater.

Ar levou mais de três anos para ficar pronto, enquanto o disco Mais Ar será produzido em pouco mais de um ano. Nesse tempo, nada mudou na rotina profissional deles, ambos continuam fazendo seus shows da carreira solo, a turnê Tocando em Frente, que eles realizam com Sérgio Reis, além de vários outros projetos.

“Essa parceria em disco renovou nossa vontade de continuar compondo juntos, agora não apenas as canções que sempre fizemos, mas também para um trabalho mais extenso. As dez canções que estarão em Mais Ar foram acontecendo de uma maneira muito harmoniosa e nos deram um enorme prazer. Nossa parceria é como um lindo canto de pássaro”, compara o cantor.

No show que fará nesta terça, 6, no Teatro Bradesco, ele estará ao lado de sua inseparável viola caipira de dez cordas, tocando grandes sucessos como Chalana, Moreninha Linda e Tocando em Frente. “Para compor e cantar preciso da sensação de todo o tempo do mundo”, filosofa Sater.

ALMIR SATER

Teatro Bradesco. R. Palestra

Itália, 500, 3º piso, Loja 263.

tel. 3670-4100. 3ª (6), 21h.

R$ 100 a R$ 180

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.