No Rock in Rio, é raro um show do segundo palco, o Sunset, destinado a encontros musicais, ser mais esperado pelo público do que os do Palco Mundo. Nesta quinta-feira, 21, aconteceu assim com Alice Cooper, que na edição passada do festival estava no espaço principal com os Hollywood Vampires.

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Foi possivelmente a maior audiência do Sunset em quatro dias de festival. Tendo Arthur Brown e Joe Perry, guitarrista do Aerosmith, como convidados, o rei do chamado shock rock desbancou as bandas mais jovens Scalene e Fall Out Boy, que antecedem o Def Leppard e o Aerosmith no Mundo, e incendiou o Sunset misturando em seu caldeirão performático ingredientes que divertem iniciados e perturbam desavisados: som pesado, embora baixo, encenação de esfaqueamento e decapitação, e muito sangue artificial na maquiagem e nos figurinos.

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O público, do quarentão que acompanha as apresentações teatrais de Cooper desde criança a jovens curiosos, vibrou com os clássicos No More Mr Nice Guy, Under My Wheels, Only Women Bleed, Feed my Frankenstein e Poison. Killer e I Love the Dead serviram à sempre aguardada decapitação por uma guilhotina a que Cooper se submete em seus shows.

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O cartão de visitas de Brown, Fire, com a tradicional performance da cabeça em chamas, que ele faz há 50 anos, não faltou. Joe Perry, companheiro de Cooper nos Hollywood Vampires, participou desse momento e também do clímax, com School’s Out, que fechou o show.

Cooper não se dirigiu ao público em nenhum momento até aí – nem sequer apresentou, em sua entrada no palco, o velho Brown, que o influenciou na juventude, nos anos 1960. Na década seguinte, o auge do primeiro coincidiria com o declínio do segundo, que não chegou a ficar conhecido no Brasil. Só ao se despedir o cantor brincou: “Obrigado, Rio, tenham ótimos pesadelos!”

A turnê de Cooper no Brasil passa em Curitiba no sábado e no festival São Paulo Trip na terça-feira que vem.