“Alice no País das Maravilhas” chega às telas amanhã em todo o País acompanhado de duas trilhas sonoras. “Almost Alice”, oficial mas paralela, escala artistas do pop rock em faixas inspiradas nos personagens de Lewis Carroll. Já “Alice In Wonderland: Soundtrack” é assinada por Danny Elfman, que está para a música dos filmes de Tim Burton como Johnny Depp e Helena Bonham Carter estão para o elenco. Elfman é quem maquina em forma de canções as excentricidades de Burton. São dele, por exemplo, as composições de “Estranho Mundo de Jack”, “Batman”, “Edward Mãos de Tesoura” e “A Noiva Cadáver”.
A trilha original, criada para o filme, abre com “Alice’s Theme”. Orquestrada, com vocal feminino, a faixa percorre toda a narrativa, com letra que remete ao enredo – o retorno da adulta Alice ao País das Maravilhas, ou, como é dito no filme, ao “Underland”. Usando ecos desse tema principal, Elfman constrói os climas da história em outras 23 faixas, indo da canção de contos de fadas para Alice criança à tensão de batidas primitivas nos enfrentamentos da experiência subterrânea. E vai costurando a fábula dark com coros fantasmagóricos para intensificar ações, diminuir a tensão e capturar as crises de Alice e companhia.
Quando sobem os créditos, porém, o que se ouve é o som da canadense Avril Lavigne cantando a faixa hit “Alice (Underground)”, que abre o disco “Almost Alice”. No entanto, a produção dos escoceses Franz Ferdinand, “The Lobster Quadrille”, é o momento quase único em que o álbum alcança as sombras características de Tim Burton, com o detalhe de que a letra foi escrita por Lewis Carroll em si.
No CD, também há boas peças como “Fell Down a Hole”, de Wolfmother, ou “The Poison”, do The All American Rejects. Outro destaque é “White Rabbit”, canção de Jefferson Airplane revisitada por Grace Potter and the Nocturnals, cujo único senão é praticamente repetir musicalmente o que a banda pioneira do psicodelismo já havia mostrado em 1967 na gravação original.