Comprovado mais como um estado de espírito e um jeito brasileiro de tocar diversos estilos de música ligeira do que como gênero, o choro atinge um estágio “de êxtase” quando burilado por mãos hábeis como as do violonista Alessandro Penezzi e o clarinetista Alexandre Ribeiro. É o que se pode ver na apresentação que a dupla fará amanhã (04) no Auditório Ibirapuera, para lançar o CD Cordas ao Vento (Capucho Produções Artísticas).
“Dois caipirões”, como brinca Ribeiro, vindos do interior de São Paulo – ele de São Simão, Penezzi, de Piracicaba – os dois criaram “cumplicidade” na capital, já tinham partilhado rodas de choro e outras experiências musicais, mas foi nesse álbum que fizeram o “pacto celeste”, como diz o poema que dá título ao disco, impresso no encarte.
São dez temas inéditos de Penezzi e duas recriações de raridades de dois mestres: o tango brasileiro “Famoso”, de Ernesto Nazareth, e “Chorinho Triste”, de João Dias Carrasqueira. Tanto no disco como no show, a dupla conta com participações dos flautistas Toninho Carrasqueira e Rodrigo y Castro, e Léo Rodrigues, que toca pandeiro junto com Castro, no choro maxixe Capitão Rodrigo, tributo ao dono da flauta.
Outros homenageados são Milton Mori (“Ainda Que Milton de Mori”), Esmeraldino Salles e Laércio de Freitas (“Não Faz Cara Feia”), Toninho Ferragutti (“Sempre Que Posso”), Paulo Moura (“A Caminho de Casa”), o pandeirista Marcelinho Galani (“Entrando pela Cana”) e o pai do violonista, Walkir Penezzi (no baião “Cordas ao Vento”). “Se Chorinho Triste”, é “daquelas belezas que doem na alma”, a polca saltitante “Pula-Pula” é “pra fazer correr o sangue na veia”.
CORDAS AO VENTO
Auditório Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Portão 2. Parque do Ibirapuera, 3629-1075. Hoje, 21h.
R$ 30.