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Finalmente Alexandre chegará às telas. O épico histórico sobre o guerreiro da Macedônia que conquistou nove décimos do mundo, aos 25 anos, teve seu lançamento adiado várias vezes mas, enfim, estréia esta sexta-feira nos Estados Unidos (no Brasil, em 14 de janeiro). Com um orçamento de US$ 160 milhões, estrelas como Colin Farrell, Angelina Jolie, Anthony Hopkins e Val Kilmer no elenco e direção de Oliver Stone, o filme não poderia ser envolvido por menos disse-me-disse. A mais séria delas foi a primeira desculpa pelo adiamento: a Warner Bros. teria optado por amenizar as cenas de bissexualismo de Alexandre, o Grande, para não ultrajar os gregos e, principalmente, não correr riscos na bilheteria.

Prontamente os chefões da distribuidora negaram qualquer relação entre as cenas de amor de Alexandre (Colin Farrell) com o eunuco persa Bagoas (Francisco Bosch) e os adiamentos da estréia. Em entrevista ao site The Scoop, o presidente de produção do estúdio, Jeff Robinov, disse que a data de estréia foi adiada apenas para melhorar a chance do longa ganhar Oscars no próximo ano.

A Warner Bros está orgulhosa de Alexandre e acha que é um filme excepcional. Nós mudamos a data de lançamento para melhor posicionar o filme em termos da Academia. E precisamos de mais tempo para terminar alguns de seus efeitos visuais ambiciosos. Qualquer especulação de que o estúdio esteja tentando cortar cenas do filme baseado em sua exibição de relações sexuais do personagem principal é falsa – disse o produtor.

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Já as primeiras críticas e resenhas sobre o filme confirmam que as cenas de bissexualismo são fortes em Alexandre. Um jornal americano chegou a escrever que a história poderia ser chamada de Queer eye for the macedonian guy, numa referência ao seriado Queer eye for the straight guy, no qual gays dão dicas a heterossexuais no programa da Sony.

Outras publicações têm ponderado se Stone, sempre controverso, estaria se arriscando demais com um épico orçado em US$ 160 milhões, que também inclui cenas de abraços passionais entre Alexandre e seu melhor amigo, Hephaestion (Jared Leto).

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Todos esses exageros parecem só colaborar para o aumento da expectativa com o filme. Afinal, Stone não poderia fazer nada diferente ao retratar a história de um governante macedônio de cerca de 320 anos antes de Cristo. O bissexualismo fazia parte daquele tempo e da cultura grega, e era visto bem diferente de como é hoje.

Para o produtor do filme, Thomas Schühly, Alexandre não era nem de longe um conquistador como Hitler nem um homem de cometer vinganças após suas conquistas.

Festival de Brasília começa hoje

Dos seis longas-metragens que concorrem aos prêmios do 37.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que começa hoje, quatro são totalmente inéditos. Apenas Peões, de Eduardo Coutinho, e O Diabo a Quatro, de Alice Andrade, tiveram algum tipo de contato com o público – e com a crítica. O longa-metragem de estréia de Alice, filha do diretor do Cinema Novo Joaquim Pedro de Andrade, foi batizado nas Mostras de Cinema do Rio e de São Paulo. Já o documentário de Coutinho foi mostrado semana passada aqui em Sampa e esteve no olho do furacão das editorias de política dos principais jornais.

Menos pelos seus méritos ou deméritos estéticos e mais por uma cena, afinal cortada na versão final, em que uma funcionária de lanchonete declarava que Lula, quando metalúrgico, bebia demais.

Já os outros quatro selecionados para Brasília são novidades absolutas, das quais quase nada se pode dizer a priori. Está lá o paulista Cabra-Cega, de Toni Venturi, diretor de um documentário sobre Luiz Carlos Prestes, O Velho, e de um filme de ficção anterior, Latitude Zero. Agora, Toni volta à ficção, mas escorado na dura realidade dos anos de chumbo – sua história se ambienta na luta dos militantes de esquerda contra o regime militar brasileiro. Pela sinopse fica-se sabendo que Venturi vai ao tema político com a opção que já fizera em seu primeiro longa de ficção, a preferência pelos espaços fechados. Em Cabra-Cega, um militante fica trancado num apartamento enquanto seus companheiros vão sendo presos pela repressão.

Ao longo da semana de competição, os concorrentes serão apresentados no Cine Brasília, que costuma ficar abarrotado. Na noite de encerramento, o festival volta ao Teatro Nacional para a cerimônia dos prêmios e para a apresentação de Entreatos, polêmica visão de bastidores da campanha eleitoral de Lula à Presidência em 2002.