Ai, de Campana, não tem nada de otimista

Desilusões. Mágoas. Frustrações. Palavras que, em uma primeira análise, podem significar puro pessimismo, mas, em um olhar mais profundo podem ser a realidade de muitas pessoas, mais especificamente de muitas famílias. São estes os temas nos quais o mais novo livro de Fábio Campana, Ai, se debruça. Como ele mesmo diz, o texto traz ?a derrota pelo desconsolo?.

Personagens desonestos com os outros e com eles mesmos. E até com seus familiares. Mas tudo sem juízo de valor. ?Os personagens centrais se mostram incapazes para realizar projetos, impossibilitados de chegarem à vitória?, relata Campana. Os projetos da vida, como ocorre na maior parte das vezes na realidade, são muito grandiosos e por isso impossíveis, idealizados demasiadamente. E para tornar a visão mais pessimista ainda, segundo Campana, o livro mostra o lado negativo das pessoas de maneira objetiva e, em alguns trechos, sugestiva para quem lê. Não será difícil se enxergar, ou enxergar parentes e conhecidos, em alguns fragmentos do romance. ?Os personagens, além de se frustrarem com algumas coisas, na maior parte das vezes tentam dissimular a própria incapacidade. Cada um conta sua história da maneira que lhe convém?, diz o autor.

O livro também faz referências a momentos históricos e à desonestidade existente em vários setores da sociedade, como na política, por exemplo. Os personagens centrais, os irmãos Luis e Carlos, são representantes de duas camadas diferentes da sociedade: Luis é um professor universitário que não consegue escrever suas teses.

Campana é jornalista e escritor. Trabalha em rádio, TV e jornal impresso (é colunista do jornal O Estado do Paraná). Entre seus livros já editados estão Restos mortais (1978), No campo do inimigo (1981), Paraíso em chamas (1994), O guardador de fantasmas (1996), O último dia de Cabeza de Vaca (2005) e Todo o sangue (2004). Nasceu em Foz do Iguaçu, oeste do Paraná, em 1947.

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